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Hungria deve levantar estado de emergência em 20 de Junho

O controverso estado de emergência adoptado na Hungria para combater o novo coronavírus deve ser levantado em 20 de Junho, afirmou hoje o Governo do primeiro-ministro, Viktor Orban, acusado de aproveitar a pandemia para fortalecer o seu poder.

“Vai ser apresentado hoje ao parlamento um projecto de lei que pede o fim do estado de emergência”, escreveu a ministra da Justiça húngara, Judit Varga, na rede social Facebook, acrescentando que “com a aprovação desta lei, o estado de emergência deve terminar em 20 de Junho, na Hungria”.

Viktor Orban tem sido fortemente criticado, incluindo pelo Parlamento Europeu, pelo facto de não ter sido imposto um prazo limite para o estado de emergência no país.

O parlamento húngaro, no qual o partido Fidesz (de Orbán) possui uma maioria de dois terços, concedeu ao Governo poderes especiais em março para administrar a crise do novo coronavírus, sem especificar por quanto tempo.

Na semana passada, dois homens foram detidos e interrogados durante horas na Hungria por criticarem a gestão do Governo em relação à pandemia.

A polícia agiu, em ambos os casos, sob a suspeita de que os detidos haviam violado a lei que proíbe a divulgação de informações alarmistas.

No entanto, o Ministério Público da Hungria determinou que nenhum crime foi cometido.

Segundo dados oficiais da polícia, as autoridades estão a investigar 87 casos de possível delito de “alarmismo”.

A oposição e as organizações não-governamentais (ONG) afirmam que essas prisões servem apenas para intimidar os cidadãos e, assim, minimizar as críticas ao Governo do primeiro-ministro ultranacionalista.

A comissária europeia para os Valores e Transparência, Vera Jourová, prometeu que a Comissão Europeia irá vigiar se a Hungria remove progressivamente as restrições para conter a pandemia.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 346 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Quase 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (cerca de 2,5 milhões, contra mais de dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 146 mil, contra perto de 173 mil).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (98.223) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,6 milhões).

Seguem-se o Reino Unido (36.914 mortos, mais de 261 mil casos), Itália (32.877 mortos, mais de 230 mil casos), França (28.457 mortos, cerca de 183 mil casos) e Espanha (26.834 mortos, mais de 235 mil casos).

O Brasil, com mais de 23 mil mortos e 374 mil casos, é o segundo país do mundo em número de infeções, enquanto a Rússia, que contabiliza 3.807 mortos, é o terceiro, com mais de 362 mil.

Por regiões, a Europa soma quase 173 mil mortos (mais de dois milhões de casos), Estados Unidos e Canadá quase 105 mil mortos (mais de 1,7 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 41.500 mortos (mais de 770 mil casos), Ásia mais de 14.400 mortos (mais de 464 mil casos), Médio Oriente mais de 8.800 mortos (mais de 351 mil casos), África mais de 3.450 mortos (mais de 116 mil casos) e Oceânia com 130 mortos (mais de 8.400 casos).

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