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Governador de Nova Iorque prolonga medidas de confinamento até dia 29

Foto EPA
Foto EPA

O governador de Nova Iorque, cidade considerada o epicentro da epidemia da covid-19 nos Estados Unidos, prolongou hoje as medidas de confinamento até dia 29, que impõem o encerramento das escolas e de todas as atividades não essenciais.

“Se a curva infletir” e a “taxa de infeção baixar”, “é porque o distanciamento social funciona”, disse Andrew Cuomo na conferência de imprensa diária sobre a pandemia.

“Mas é necessário continuar [com o distanciamento social], pelo que as atividades não essenciais ficarão encerradas até 29 de abril”, acrescentou Cuomo, advertindo que “não pode haver um relaxamento”, mesmo depois de o número de novas mortes diárias ter estabilizado durante dois dias no estado de Nova Iorque.

Neste estado, a pandemia vitimou mortalmente um total de 4.758 pessoas em mais de 130.000 casos recenseados, numa população total perto de 20 milhões de habitantes.

Com estes números, Nova Iorque regista quase metade das cerca de 9.700 mortes contabilizadas hoje nos Estados Unidos pela Universidade Johns Hopkins e mais de um terço dos quase 340.000 casos.

Nos dois últimos dias, porém, o número de mortes diárias devido à pandemia registadas no estado de Nova Iorque aparenta ter estabilizado em torno das 600, após um recorde de 630 na sexta-feira e no sábado.

“Independentemente de termos atingido o pico ou não, devemos continuar a fazer a mesma coisa”, afirmou Cuomo para justificar o prolongamento do confinamento, num momento em que muitos pretendem relançar a atividade económica.

“Existe um perigo real com excessos de confiança. Subestimámos [a epidemia] desde o primeiro dia e agora estamos a pagar o preço. Hong Kong cometeu esse erro, a Coreia do Sul cometeu esse erro e nós não queremos cometer esse erro”, frisou o governador do estado de Nova Iorque.

Entretanto, um eleito local na região do norte de Manhattan, Mark Levine, evocou hoje a ideia de que, face ao elevado número de mortes provocada pela covid-19 em Nova Iorque, poderia ser criado um parque municipal para enterrar temporariamente as vítimas mortais.

No Twitter, Mark Levine argumentou que os meios humanos e materiais nas morgues são insuficientes.

“Poderia utilizar-se provavelmente um parque municipal para os enterros. Poderão ser abertas valas, em forma de túnel, em fileiras com capacidade para 10 urnas”, defendeu.

A ideia de Mark Levine foi rápida e fortemente contestada nas redes sociais e pelos meios de comunicação social nova-iorquinos, embora o presidente da Câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, já tenha aventado a possibilidade de enterros temporários, argumentando que tal aconteceria “até ao fim da crise”.

“As mortes não estão só em alta nos hospitais. Antes da crise, 20 a 25 pessoas morriam diariamente em casa em Nova Iorque. Agora esse número é de 200 a 215”, declarou Levine.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.

Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

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