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Irão prolonga por um mês autorização de saída a 100.000 prisioneiros

Foto EPA/ABEDIN TAHERKENAREH
Foto EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

O Irão vai prolongar por um mês a permissão de saída concedida a 100.000 prisioneiros, num esforço de contenção da propagação do novo coronavírus nas prisões iranianas, anunciou hoje o Presidente iraniano.

A permissão concedida aos prisioneiros prolonga-se, assim, até 20 de maio, anunciou Hassan Rohani numa conferência do comité nacional de luta contra o novo coronavírus.

A medida será aplicada pela autoridade judicial, que não confirmou o anúncio, mas mencionou o recurso à “clemência”.

“Por termos recorrido a toda a clemência que a lei autoriza, esperamos que um número significativo de prisioneiros a quem foi concedida permissão de saída não volte à prisão, e até que muitos daqueles que estão atualmente presos sejam libertados”, afirmou Gholamhossein Esmaïli, porta-voz da autoridade judicial, citado pela AFP, acrescentando que a decisão será tomada a 29 de abril.

A autoridade iraniana anunciou, em março, que 100.000 prisioneiros seriam libertados temporariamente.

Na celebração do ano novo no Irão, que, segundo o calendário solar Hijri, adotado no país, foi celebrado, este ano, a 20 de março, o responsável pela autoridade judicial declarou que 10.000 reclusos seriam perdoados.

Esmaïli concretizou, na altura, que a medida iria “diminuir o número de prisioneiros, tendo em conta a situação sensível no país”.

Na sexta-feira, as Nações Unidas instaram o Irão a libertar os presos políticos, devido ao risco de infeção nos estabelecimentos prisionais.

O país continua a deter cidadãos com dupla nacionalidade, tendo vários grupos de defesa dos direitos humanos apontado que esses indivíduos estão a ser detidos para serem utilizados como moeda de troca em negociações com o ocidente.

O Irão é o país do médio oriente mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, com mais de 82.000 pessoas infetadas e 5.118 mortes registadas até ao momento.

Depois de várias semanas de confinamento, o executivo iraniano decretou que, desde sábado, os serviços públicos fossem reabertos, com um terço dos trabalhadores em regime de teletrabalho, e permitiu que atividades que representem “fraco risco” de propagação do vírus abrissem também em Teerão.

Os negócios que operam fora da capital já tinham sido reabertos há uma semana.

Mantendo as restrições sobre ajuntamentos públicos, o Governo mantém fechados ginásios, restaurantes e centros comerciais, assim como o Grande Bazar de Teerão, um mercado histórico da capital iraniana, além de mesquitas e santuários.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 160 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 518 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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