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Alemanha critica EUA e diz que culpar a OMS nesta altura “não ajuda”

Foto EPA/ANDREAS GORA
Foto EPA/ANDREAS GORA

A Alemanha criticou hoje a decisão de Donald Trump de suspender a contribuição dos Estados Unidos para a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmando que “culpar a organização em plena pandemia não ajuda”.

“Devemos trabalhar em estreita colaboração contra a covid-19. Um dos melhores investimentos é reforçar as Nações Unidas, em particular a OMS, que está subfinanciada, por exemplo, para o desenvolvimento e a distribuição de testes e vacinas”, escreveu no Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na terça-feira que vai suspender a contribuição do país para a OMS, que acusa de “má gestão” da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

“Ordeno a suspensão do financiamento para a OMS enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”, disse.

Donald Trump referiu que os EUA contribuem com “400 a 500 milhões de dólares por ano” (entre 364 e 455 milhões de euros) para a OMS, em oposição aos cerca de 40 milhões de dólares (mais de 36 milhões de euros), ou “ainda menos”, que disse ser o investimento da China naquela organização.

A decisão norte-americana foi imediatamente criticada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que sublinhou que este “não é o momento de reduzir o financiamento das operações” da OMS “ou de qualquer outra instituição humanitária que combata o vírus” SARS-CoV-2.

“A minha convicção é que a Organização Mundial da Saúde deve ser apoiada por ser absolutamente essencial aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a covid-19”, salientou Guterres.

A China reagiu também hoje, manifestando “profunda preocupação” com a decisão de Washington e considerando que ela “enfraquecerá as capacidades da OMS e prejudicará a cooperação internacional contra a epidemia”.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Zhao Lijian instou os Estados Unidos a “assumirem com seriedade as suas responsabilidades e obrigações e a apoiarem ações internacionais lideradas pela OMS contra a epidemia”.

Surgido em dezembro na China, o novo coronavírus já fez mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Os Estados Unidos são o país que regista atualmente o maior número de mortes, 25.757, e de casos de infeção, mais de 600 mil.

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