Elasticidade do Destino: uma proposta para o turismo na Madeira
A XVII Conferência Anual do Turismo - CAT, promovida pela Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Economistas e realizada no Funchal, trouxe como tema central “A Elasticidade do Destino: Desafios e Oportunidades”. Ao longo do encontro, refletiu-se sobre o impacto do turismo no quotidiano dos residentes, sobre a necessidade de gerir fluxos de visitantes de forma equilibrada e sobre a importância de garantir que o crescimento do setor se faz em consonância com a preservação ambiental, a qualidade da oferta e o bem-estar da população.
Estas discussões revelam que a Madeira, sendo um destino turístico de excelência e de enorme sucesso internacional, deve continuar a inovar e a procurar novas formas de reforçar a sua posição, acompanhando o dinamismo do setor. Nesse sentido, gostaria de reforçar uma ideia que a Associação de Promoção da Macaronésia da Madeira – APMM tem vindo a defender: numa perspetiva de disponibilidade de cooperação com as entidades competentes, complementar as estratégias já em curso, acrescentando valor ao futuro do turismo regional: a criação de um Circuito Turístico da Macaronésia (aéreo).
Madeira, Porto Santo, Açores, Canárias e Cabo Verde são destinos já conhecidos, têm identidade própria e reconhecimento internacional. O que ainda não existe, contudo, é a apresentação destes destinos sob um conceito conjunto e integrado, algo que poderia constituir-se como um novo produto turístico no Atlântico. A Macaronésia, enquanto marca, teria a capacidade de se afirmar nos principais mercados emissores como um circuito diferenciado, capaz de oferecer experiências complementares e diversificadas num mesmo espaço geográfico e, ao mesmo tempo, de posicionar os arquipélagos como referência de qualidade e sustentabilidade.
A proposta não passa por substituir ou diluir a promoção que já é feita da Madeira, mas sim por criar um plano paralelo. Tal como hoje o destino Madeira é promovido nas principais feiras e eventos internacionais, este esforço poderia coexistir com uma nova promoção da Macaronésia. Estaríamos, assim, perante dois produtos distintos, mas interligados: um chamado Madeira e outro chamado Macaronésia, sendo que, em ambos os casos, a Madeira beneficiaria em pleno, quer pela notoriedade própria, quer pelo destaque que teria num conceito regional mais alargado.
A CAT’25 veio lembrar-nos que a elasticidade do destino Madeira exige uma visão estratégica de futuro. Este projeto constituir-se-ia como uma solução inovadora e de elevado potencial, capaz de reforçar a nossa posição no turismo internacional e de garantir que continuamos a ser reconhecidos, como um destino de excelência no Atlântico, bem como atrair um turismo de segmento premium.