Porque é que Saúde e Educação são reconhecidas na Madeira e no Continente não?!

No Continente, os professores fizeram greve, escolas fecharam e há até acampamento à porta do Ministério da Educação, com “aluguer” marcado até sexta-feira.

Na Saúde, enfermeiros protestaram em finais de novembro e agendaram novos protestos para o início deste ano, se as condições prometidas pelo Governo da República não lhes forem dadas.

Ainda na Saúde, também os médicos foram para greve. E o mesmo fizeram os técnicos de terapêutica e diagnóstico.

Na Madeira, pelo contrário, não houve greves. Não por qualquer imposição ou sortilégio, mas simplesmente porque, na Região, os professores, os médicos, os enfermeiros e os técnicos de diagnóstico e terapêuticas viram grande parte das suas reivindicações satisfeitas, ao nível das suas carreiras, ao nível dos seus direitos.

Aliás, foram os próprios Sindicatos a reconhecerem não existir motivos para que na Região haja greve, precisamente porque o que reivindicam em Lisboa na Madeira já o têm.

Na Região, houve diálogo e fez-se justiça a profissionais de grande qualidade, de enorme desempenho e que, na crise mais grave da nossa História, disseram presente, não se esconderam , estiveram na linha de frente e ajudaram, imenso, a Madeira a fazer frente, primeiro, e a ultrapassar, depois, com sucesso a pandemia.

Este trabalho de sapa, de sacrifício, foi feito também no Continente. Mas enquanto que na Região o Governo soube ouvir, soube reconhecer e premiar, o Governo da República, cego, surdo e mudo, mantém intransigência em relação a atualizações na carreira mais do que justas.

O Governo da República prefere, quase que apetece dizer, gastar dinheiro com a TAP, com indemnizações milionárias, com projetos que nunca avançam, com solidariedade que acaba apenas por mitigar e não resolver problemas, do que aposta, seriamente, em reconhecer os seus profissionais.

Depois, não se admirem que, tanto na Saúde como na Educação, haja quem prefira ir para o estrangeiro, onde é reconhecido.

Reconhecer o que os outros fizeram não deve ficar apenas por um obrigado, por muito bem que no-lo saiba ouvir. É preciso mais qualquer coisa…. E é essa qualquer coisa que este Estado, indiferente, não sabe dar.

Ângelo Silva