“Novo aeroporto”

Miguel de Sousa (MS) em recente artigo de opinião neste DN sob o título “Mais Pontinha ou novo aeroporto?”, lançou para discussão pública um tema deveras importante e com argumentos bastante pertinentes, como o custo elevadíssimo de ambas as infraestruturas que só poderiam ser viabilizadas mediante ajudas da UE, o facto de ainda não haver qualquer estudo económico que permita aferir os prós e contras desses investimentos e também das vantagens comparativas entre ambos para a economia da RAM. Conforme diz MS a atual dimensão da Pontinha sendo uma limitação para ter um maior número de barcos atracados em simultâneo não deve ser contudo encarada como um problema, muito menos premente, já que nas atuais circunstâncias e mesmo na época alta dos cruzeiros que nos visitam passam-se dias em que não há nenhum barco atracado, situação que se torna recorrente na época baixa. Já o atual aeroporto, a única porta para os turistas que nos visitam e sustentam a maior e mais relevante indústria de bens transaccionáveis da RAM, independentemente da época do ano e principalmente por causa do vento torna-se num problema real e premente que causa grandes transtornos a quem nos visita, aos residentes, às companhias de aviação, à nossa indústria turística, à nossa economia e não menos despiciendo agravando o impacto negativo nas alterações climáticas ao obrigar os aviões a encontrar alternativas para aterrar. Assim à priori mesmo sem um estudo económico, parece-me que seria muito mais útil para a economia da RAM encontrar uma solução para a inoperacionalidade do atual aeroporto nem que fosse, se isso for tecnicamente viável, através da construção de mais uma pista de aterragem integrada na atual infraestrutura do aeroporto e que permitisse aos aviões operar sempre que a atual pista não esteja operacional. Quanto ao protesto de MS, pelas condições a que madeirenses e turistas são sujeitos no Aeroporto Humberto Delgado, subscrevo-o integralmente.

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