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China fustiga as "difamações insultuosas" dos Estados Unidos

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A China não pretende confrontar ou substituir os Estados Unidos como a principal potência tecnológica do mundo mas vai combater as "difamações insultuosas" e os ataques de Washington, assegurou hoje um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Em resposta às diversas acusações emitidas na quinta-feira pelo Governo dos EUA, Hua Chunying disse que a principal preocupação da China consiste em melhor as condições de vida da sua população e manter a paz e a estabilidade global, apesar do que é definido pelos críticos como uma crescente política externa agressiva destinada a ampliar a influência da China nos setores militar, tecnológico, económico e outros.

"Enquanto Estado soberano e independente, a China tem o direito de proteger a sua soberania, segurança e interesses, defender os progressos registados pelo povo chinês, recusar as intimidações e injustiças contra a China e combater as difamações insultuosas e os golpes baixos dos EUA contra a China", disse Hua em conferência de imprensa.

O responsável chinês reagia às declarações do Procurador-Geral norte-americano, William Barr, que na quinta-feira acusou a China de fazer uma "guerra-relâmpago" económica para "ultrapassar os Estados Unidos como principal superpotência mundial".

"A República Popular da China está empenhada numa 'blitzkrieg' económica, uma campanha governamental -- e social --, agressiva, orquestrada, para se apoderar dos comandos da economia global e ultrapassar os Estados Unidos como principal superpotência do mundo", disse William Barr num discurso no Michigan.

O Procurador-Geral, que no sistema norte-americano é também o ministro da Justiça, afirmou que os Estados Unidos se tornaram demasiado dependentes de produtos e serviços chineses, incluindo, em plena pandemia, máscaras e outros equipamentos de proteção.

Barr acusou também 'hackers' (piratas informáticos) ligados ao Governo chinês de atacarem universidades e empresas norte-americanas para roubar investigação relacionada com o desenvolvimento de uma vacina para o novo coronavírus, horas depois de o Reino Unido e o Canadá terem acusado a Rússia de tentar roubar informação a cientistas dos três países que estão a trabalhar numa vacina contra a covid-19.

Numerosos aliados de Trump têm emitido nos últimos dias fortes mensagens sobre a China, num momento em que as relações bilaterais atingiram o ponto mais baixo das últimas décadas, desde as acusações de roubo de tecnologia até às reivindicações de Pequim no mar do Sul da China.

Hua definiu de "absurdas" as acusações de Barr sobre a apropriação de investigação relacionada com o desenvolvimento de uma vacina para o novo coronavírus.

"Todos sabem que a China está numa posição de liderança na pesquisa e desenvolvimento das vacinas do novo coronavírus, temos pessoal de investigação científica de primeira classe, e não necessitamos de manter uma posição de liderança através do roubo", disse Hua.

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