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Em frente

O tempo que vivemos implica começar de novo, com planeamento, rigor e responsabilidade

Em todo o mundo, a pandemia avança e em Portugal, particularmente na Região, o ritmo abranda, mas a crise económica e social não. É neste contexto de emergência, sem tempo para esperarmos por planos apontados apenas para Janeiro de 2021, que a nossa vida continua.

No PS, retomamos hoje um calendário eleitoral do qual resultará uma nova liderança e retomar-se-á com isso um tempo de necessária reflexão interna sobre o que nos trouxe até aqui e de construção firme do rumo que pretendemos trilhar. O PS Madeira de hoje é um partido que cresceu e com maiores responsabilidades do que as que tinha em 2018: tem mais deputados na Assembleia Regional, tem mais deputados na Assembleia da República, mantém a sua representação no Parlamento Europeu e governa diversas Câmaras e Juntas de Freguesia num contexto que é já apontado como o de maior crise económica e social dos últimos 100 anos. A essas maiores responsabilidades devemos corresponder também com energia, dinâmica e entusiasmo reforçados, capazes de alicerçar sucessos políticos futuros num desígnio apenas: colocar sempre a Madeira e o interesse de todos os madeirenses em primeiro lugar. É esse o legado histórico do PS, de mais de 40 anos de serviço público às nossas populações, como ainda agora voltámos a provar na Assembleia da República.

No Funchal, o caminho que temos trilhado ao longo dos últimos meses é de sentido único e para manter: olhar em frente, sem deixar ninguém para trás. O Funchal é verdadeiramente uma capital de Confiança, na qual esperamos que a maior parte da população da Região se reveja: que canaliza os seus recursos para ajudar as pessoas, seja através de apoios à educação, à alimentação, à saúde e à aquisição de outros bens de primeira necessidade; que faz investimentos públicos com sustentabilidade económica, financeira, ambiental e social, que representam retorno e capital futuro; que se constrói e reconstrói todos os dias, em conjunto com a iniciativa privada, fomentando-a, facilitando-a e dialogando com empresários, comerciantes, hoteleiros, produtores, agricultores, todos por igual. Das preocupações de uns resultarão soluções para todos, na economia, no comércio tradicional, no comércio de rua, nos mercados, nos serviços, na restauração, na hotelaria, na cultura, no desporto e em todas as áreas que fazem da nossa cidade uma capital digna para toda a Região.

Os funchalenses conhecem bem o que temos feito desde o início desta pandemia – e nunca precisámos de construir torres ou muralhas de betão para parecer que fazemos muito. O que nos pedem não é diferente do que é pedido na vida de cada um: fazer muito com menos. Cuidar da cidade é cuidar do futuro – e é o que continuaremos a fazer, com menos impostos cobrados e menos dinheiro para gerir do que outros tiveram até 2013. Quem durante esta pandemia conta já 11 milhões de euros de impactos directos, sem orçamento aprovado, dispensa lições de quem no passado pouco fez com recursos ilimitados.

Na Região, torna-se cada vez mais evidente que é determinante clarificar definitivamente três aspectos essenciais da nossa vida política: que Autonomia queremos, nas competências e sistemas de financiamento previstos; que mecanismos de solidariedade em momentos de crise devem ser definitivamente salvaguardados pela República; e que relações institucionais devem ser formalmente estabelecidas, nos poderes previstos e exercidos, entre Presidente e Representante da República, Governo da República e da Região, Assembleia da República e Regional. A Madeira não pode continuar a viver num pântano institucional e político, marcado por gritaria e mão estendida a cada crise. Enquanto se concretizam planos de retoma no país e na União Europeia, que se esperam mais eficazes do que os que nas últimas décadas se revelaram incapazes de originar reformas sustentáveis para o futuro, ver adiar soluções na Região para Janeiro de 2021 é perturbador e revelador da falta de engenho de quem tem a Economia da Madeira nas mãos.

O tempo que vivemos implica começar de novo, com planeamento, rigor e responsabilidade, sem deixar ninguém para trás – e sem voltar atrás, a um tempo de má memória, cuja factura continuamos a pagar. Em frente!

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