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Madeira

“Região deve ser ouvida quanto ao futuro da TAP”, defende Paulo Neves

“Numa altura em que se discute o futuro da TAP e face ao empréstimo que vai custar cerca de mil milhões de euros ao erário público – dinheiro oriundo dos contribuintes portugueses, incluindo os contribuintes regionais – é fundamental que o Governo Regional, representativo de todos os madeirenses e porto-santenses, tenha uma palavra a dizer para que a reestruturação em curso, nesta companhia, não agrave as injustiças e as dificuldades ora existentes e represente, sim, uma oportunidade de expansão e de afirmação da nossa própria Região”.

A opinião é de Paulo Neves, deputado eleito pelo PSD/M à Assembleia da República que, nesta segunda-feira, 22 de Junho, fez questão de sublinhar a importância da TAP, exigindo que a companhia, no seu plano estratégico e a curto e médio prazos, “olhe para a Madeira com outra responsabilidade, bom senso e capacidade de crescimento”.

Vincando que a TAP tem “uma importância vital para a Madeira” e deixando claro que “são também os contribuintes da Madeira que participam nas suas contas”, Paulo Neves elenca algumas questões que devem estar sempre presentes pelo Governo da República, que agora quer mandar na companhia.

A primeira, explica, tem a ver com a obrigação constitucional da companhia quanto ao princípio da continuidade territorial, obrigação essa que deve ser valorizada. “Numa altura em que se fala de reestruturação e quando se coloca a hipótese da diminuição de rotas, frequências e lugares para alguns destinos, é bom que se tenha presente que não é aceitável nem nunca aceitaremos a redução do número de frequências entre o continente e a Região, seja para a Madeira seja para o Porto Santo, desde Lisboa ou Porto. Bem pelo contrário, queremos reforço e acreditamos que esse reforço é viável e oportuno, nesta fase”, sublinha.

Reforço que deve obrigar, todavia, a que “a TAP não olhe para a Madeira apenas do ponto de vista económico, aplicando tarifas que são absolutamente escandalosas de tão elevadas que são para os nossos residentes e estudantes – sobrecarregando o erário público, que assume o pagamento do subsídio de mobilidade – mas também para os turistas nacionais, que, nesta fase, não têm disponibilidade para pagar 400 ou 500 euros, por exemplo, por uma viagem ao Porto Santo”.

Valores estes que, segundo Paulo Neves, “contrariam a estratégia de promoção do turismo interno que o Governo da República está a assumir – e bem – para recuperar a economia, após a pandemia”, salienta.

Em segundo lugar, considera “fundamental que a TAP, no seu Plano Estratégico, olhe para a Madeira como uma oportunidade de negócio onde novas rotas são possíveis de operar, não sendo aceitável que a Madeira, sendo um grande destino turístico nacional, não tenha ligações directas aos seus principais mercados emissores – nomeadamente a Inglaterra e Alemanha – com os quais já esteve ligada pela TAP”.

Finalmente, diz que “é crucial que se retomem as ligações às nossas comunidades e nós sempre defendemos, desde a primeira hora, essa retoma, seja para a Venezuela seja para a África do Sul, sendo que, no caso da Venezuela, defendemos que, pelo menos, um dos três voos semanais que ligam o nosso País a Caracas faça escala na Madeira”, enfatiza, lembrando, também, o restabelecimento da operação a Joanesburgo.

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