>
Mundo

ONU aponta presença de mercenários russos ao lado das forças de Haftar na Líbia

Um documento recente de peritos da Organização das Nações Unidas (ONU), encarregados do controlo do embargo de armas decretado em 2011 para a Líbia, confirmou a presença de mercenários do grupo russo Wagner no país.

O conteúdo do documento foi confirmado na quarta-feira por diplomatas.

A participação dos mercenários em combates em benefício do homem forte do leste líbio, o marechal Khalifa Haftar, tem sido recheada de tensão com o comando, adiantaram aqueles peritos no documento entregue ao Conselho de Segurança em 24 de abril.

O documento é uma atualização do seu último relatório anual, de dezembro, que, apesar de já aludir à presença de grupos armados estrangeiros no conflito, não mencionava mercenários russos.

“O grupo de peritos identificou a presença de militares privados da ChVK Wagner, na Líbia, desde outubro de 2018”, indicou-se no documento, estimando o seu número entre “800 a 1.200”.

Estas informações foram avançadas por diplomatas que já tiveram acesso ao relatório, que ainda não foi tornado público.

Esta foi a primeira vez que a ONU confirmou a presença dos mercenários russos da Wagner na Líbia, um grupo reputado próximo do presidente russo, Vladimir Putin.

Em 2019, os meios norte-americanos New York Times e Washington Post tinham revelado o seu envolvimento nos combates, com o primeiro a estimar os seus efetivos em 200 e o segundo em vários milhares.

Moscovo sempre desmentiu qualquer implicação na presença de mercenários russos na Líbia.

Os membros do grupo “Wagner fornecem um apoio técnico para a reparação de veículos militares, participam em combates e operações de influência”, segundo os peritos da ONU.

Têm também ajudado as forças de Haftar no domínio “da artilharia, do controlo aéreo, fornecido uma perícia em contramedidas eletrónicas e destacado atiradores de elite”, especificaram.

“O seu envolvimento funcionou como um multiplicador da força” das tropas de Haftar, mencionaram ainda.

Desde abril de 2019, Haftar, apoiado pelos Emirados Árabes Unidos e o Egito, procura conquistar Tripoli.

A sua ofensiva sofreu importantes revezes desde o início do ano e da implicação da Turquia ao lado do seu adversário, o Governo de União Nacional, baseado na capital líbia e reconhecido pela comunidade internacional.

Fechar Menu