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Minha mãe morreu. Obrigado aos que cuidaram dela

Minha mãe morreu com a impetuosidade com que viveu. Aconteceu tudo naquela vertigem onde ela sabia tão bem estar e controlar. Foi assim que ela viveu, foi assim que ela marcou a diferença e foi assim que ela morreu. Se eu não soubesse que não, até parecia uma das suas decisões. Como ela dizia...jogo-me da ponte e construo minhas asas à medida que vou caindo.

Mas não é para falar da minha mãe que escrevo eatas linhas. É para falar de quem tão bem cuidou dela nos últimos dias da sua vida. Não tira a dor, mas tem sido apaziguador saber que ela foi tão bem cuidada. Desde os bombeiros que inicialmente a socorreram, até, 7 dias depois, ao telefonema que ninguém quer receber. A sra. Maria, como foi chamada durante tantos dias, não teve qualquer tratamento especial. Ou se calhar teve, teve um tratamento especial igual ao que todas as sras Marias têm ao entrar no Hospital do Funchal. Desde o segurança das urgências até aos mais credenciados especialistas só recebeu atenção, profissionalismo e empatia. Alguns nomes vão me acompanhar para sempre... Sofia... Tiago... Júlio... Catarina. Muitas outras caras, sem que alguma vez tivesse sabido o nome, também. Minha mãe morreu porque tinha que ser. Como se costuma dizer, estava escrito. Minha mãe morreu nos braços das melhores pessoas a quem podíamos ter confiado a sua vida. É bom saber e sentir isto. É bom e ajuda a lidar com a raiva.. Aquela raiva que nos trás o sentido de injustiça de uma morte precoce aos 81 anos. Obrigado.

Paulo Oliveira

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