Jogos Olímpicos em 2021 obrigam a “revolução” nos calendários das modalidades
O adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 para 2021, devido à pandemia da covid-19, coloca enormes desafios ao Comité Olímpico Internacional (COI) e às federações das modalidades, muitas das quais com campeonatos mundiais agendados para o próximo ano.
O atletismo, modalidade rainha dos Jogos Olímpicos, já se disponibilizou para adiar para 2022 os Mundiais que estão marcados para o verão do próximo ano, em Eugene, nos Estados Unidos.
A Federação Internacional de Natação (FINA) também já mostrou abertura para alterar as datas dos mundiais de 2021, que deveriam disputar-se entre 16 de julho e 01 de agosto, na cidade japonesa de Fukuoka.
O organismo tem outro problema para resolver ainda este ano: o reagendamento dos Europeus de natação, que deviam disputar-se em maio, em Budapeste.
A ginástica e o judo, duas modalidades com campeonatos mundiais todos os anos, exceto em ano olímpico, tem marcados para o próximo ano duas competições mundiais.
A principal competição mundial de judo deverá disputar-se em Tashkent, no Uzbequistão, em setembro, e os mundiais de ginástica estão marcador para outubro do próximo ano, em Copenhaga, na Dinamarca.
A Federação Internacional de Ginástica (FIG) afirmou que tudo fará “para adaptar o seu calendário”, enquanto o organismo que gere o judo, se mostrou disponível para repensar o agendamento do próximo ano.
Com Europeus masculinos e femininos agendados para junho e agosto o basquetebol ‘sofre’ o mesmo problema das outras modalidades: falta de espaço no calendário para incluir os Jogos Olímpicos.
Da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) já veio a sugestão de adiar o Europeu feminino para 2023 e transformá-lo num evento teste para os Jogos Paris2024, e o masculino para 2023.
Caso se mantenham nas datas que estavam previstas para 2020, os Jogos Olímpicos do próximo ano vão começar no fim de semana em que termina a Volta a França, algo que não é inédito. Os mundiais não deverão ser afetados.
Entre as várias modalidades que organizam competições mundiais em ano pós-olímpico, estão, entre outras o remo, o badminton, a canoagem, a esgrima, o halterofilismo, o taekwondo e o tiro.
A opção de realizar os Jogos na primavera, já admitida pelo COI, afetará sobretudo o calendário dos desportos coletivos: os ‘play-offs’ da Liga Norte-Americana de Basquetebol (NBA), as fases finais das ligas dos campeões de andebol, basquetebol e voleibol, e, claro, as ligas de futebol, podendo também interferir no Europeu da modalidade.
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio2020 foram adiados para 2021, devido à pandemia de covid-19, anunciaram na terça-feira o Comité Olímpico Internacional (COI) e o Comité Organizador dos Jogos, em comunicado.
“Nas presentes circunstâncias e baseado nas informações dadas hoje pela Organização Mundial de Saúde, o presidente do COI [Thomas Bach] e o primeiro-ministro do Japão [Shinzo Abe] concluíram que os Jogos da XXXII Olimpíada em Tóquio devem ser remarcados para uma data posterior a 2020 e nunca depois do verão de 2021”, lê-se no comunicado.
Esta decisão foi, de acordo com o mesmo documento, tomada “para salvaguardar a saúde dos atletas, de toda a gente envolvida nos Jogos Olímpicos e O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 226.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos registados até terça-feira.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, há 43 mortes e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira. Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril. de comunidade internacional”.