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No Dia Mundial do Animal Abandonado a Ordem dos Médicos Veterinários alerta para o aumento de abandonos em 2016

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A Ordem dos Médicos Veterinários assinala hoje o Dia Internacional do Animal Abandonado, alertando para o aumento do número de animais abandonados e realojados nos Centros de Recolha Oficiais (CRO).

Em 2016, segundo a DGAV, foram recolhidos nos CRO 33.433 animais, mais 3.241 do que em 2015 (30.192). Para dar resposta a este problema, a Ordem vai lançar o Cheque-Veterinário que visa apoiar os animais abandonados e recolhidos pelas autarquias, animais em ambiente de CRO e animais de famílias carenciadas.

Este cheque, que conta já com a adesão de um número substancial de consultórios, clínicas e hospitais veterinários em todo o país, possibilitará a prestação de cuidados de saúde primários aos animais em risco, nomeadamente no que se refere à vacinação, desparasitação e esterilização, bem como outros tratamentos e urgências 24 horas.

Com a entrada em vigor da Lei nº 27/2016, de 23 de agosto, que veio aprovar as medidas para a criação de uma rede de Centros de Recolha Oficial (CRO) de animais e estabelecer a proibição do abate de animais errantes como forma de controlo da população, a Ordem dos Médicos veterinários quer garantir o cumprimento da lei com o necessário apoio dos Médicos Veterinários.

“Há ainda muito a fazer para conseguir proteger de forma eficaz os animais no nosso país”, reforça Jorge Cid, Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, “pelo que a OMV irá sempre tomar iniciativas que venham ao encontro da defesa dos interesses dos animais, como é o caso do Cheque-veterinário. Também o novo estatuto jurídico que passou a reconhecer os animais como seres vivos dotados de sensibilidade representa de facto uma valorização significativa dos mesmos e do seu papel na sociedade”, afirma Jorge Cid.

Em 2016 foram registados 33.433 novos animais nos Centros de Recolha Oficiais, 25.765 cães e 7.668 gatos. Um aumento de 3.241 animais em relação a 2015 que registou 30 192 animais, 23 706 cães e 6 486 gatos.

“Apesar do aumento do número de animais abandonados em 2016, pode-se verificar que no primeiro semestre de 2017 houve um ligeiro decréscimo, tendo sido recolhidos 12.967 animais, 10.097 cães e 2.870 gatos. Para este número acreditamos que as alterações legislativas e a maior consciencialização dos detentores de animais em muito têm contribuído. Estas alterações significam progressos para os direitos dos animais de companhia, como é o caso das novas regras para a comercialização de animais e do fim das proibições por parte dos senhorios relativamente à habitação de animais em casas arrendadas. Estas medidas são muito importantes para a prevenção do abandono animal, e é intenção da Ordem dos Médicos Veterinários continuar este trabalho. Prova disso mesmo é a implementação deste Cheque-Veterinário”, explica Jorge Cid.