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Milhares de professores manifestam-se em Lisboa e exigem regime da Madeira e Açores

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FOTO PAULO SPRANGER/Global Imagens

Dezenas de milhar de professores encheram hoje a Praça do Comércio, em Lisboa, em protesto pelo “roubo” de mais de seis anos de trabalho não contabilizado, como denunciam as organizações sindicais. Vários cartazes exigiam um tratamento idêntico ao seguido na Madeira e nos Açores, onde o tempo de serviço foi integralmente contado.

De acordo com estimativas de várias organizações sindicais, cerca de 80.000 docentes aderiram ao protesto organizado pelas dez estruturas sindicais que, durante mais de um ano, tentaram negociar sem sucesso, a recuperação do tempo integral de serviço: nove anos, quatro messe e dois dias.

Os professores desceram hoje desde a Praça Marquês de Pombal até à Praça do Comércio, onde estão concentrados, numa demonstração de força ao Governo para exigirem a contagem completa do tempo de serviço.

“Neste momento está nas mãos da Assembleia da República resolver essa injustiça”, disse à agência Lusa, Teresa Simões, docente do norte do país, referindo-se aos pedidos de apreciação parlamentar apresentados pelo PCP, BE e PSD, ao diploma do Governo que estabelece a recuperação de dois anos, nove meses e oito dias, que serão debatidos no parlamento no próximo dia 16.

Outro docente lembrou que o diploma do Governo, com efeitos retroativos a 01 janeiro deste ano, deita de fora quase de metade do atual corpo docente: os cerca de 43.000 professores que progrediram no início do ano.

BE, PCP e PEV associaram-se à manifestação dos professores em Lisboa pela contagem integral do tempo de serviço, que consideraram uma questão de justiça que esperam ver resolvida pela Assembleia da República no próximo dia 16. Catarina Martins (BE) e Jerónimo de Sousa (PCP) consideraram que o regime adoptado nas regiões autónomas, que contempla a contagem integral do tempo de serviço mas de forma faseada, é um bom princípio e que poderá ser aplicar a nível nacional.

Associando-se igualmente à manifestação dos professores, a deputada do PEV Heloísa Apolónia apontou igualmente o próximo dia 16 de abril como decisivo para “fazer justiça e corresponder à expetativa dos professores” e de outras carreiras especiais para a contabilização de todo o tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira. “Não consideramos minimamente justo que haja dois regimes em Portugal. Um em que seja contado todo o tempo de serviço, na Madeira e nos Açores, e depois os professores do continente não tenham essa possibilidade”, declarou.