Metade das empresas acredita que transações em dinheiro acabam dentro de 10 anos
Cerca de metade das empresas europeias acredita que dentro de 10 anos as transações eletrónicas terão substituído a utilização do dinheiro físico, segundo indicam os resultados do estudo European Payment Report da Intrum, hoje divulgados.
De acordo com o referido estudo, “25% de todas as empresas inquiridas acredita que o seu país abandonará o dinheiro físico dentro de cinco anos, enquanto outros 25% acreditam que isso acontecerá no prazo dez anos”.
A outra metade entende que esta substituição do dinheiro físico pelo virtual acontecerá mais tarde ou não chegará a acontecer.
Os dados foram recolhidos junto de 11.856 empresas, em 29 países europeus, entre 31 de janeiro e 05 de abril deste ano, sendo que aquele número total integra 418 empresas em Portugal.
Quando questionadas sobre as consequências de uma economia sem dinheiro físico, a maioria das empresas vê riscos, enquanto um terço encontra vantagens nesta mudança.
Assim, mais de metade das empresas temem uma maior exposição a ataques cibernáuticos, enquanto um terço pensa que o fim das notas e moedas tornaria as rotinas de pagamento e a contabilidade mais eficientes.
As respostas dos gestores portugueses surgem em linha com as dos seus congéneres europeus no que diz respeito à possibilidade de uma sociedade sem dinheiro físico nos próximos dois anos, com apenas 6% a acreditar que o dinheiro físico vai deixar de ser utilizado neste espaço temporal, enquanto a média europeia ronda os 7%.
Quando esta reflexão tem uma perspetiva temporal mais alargada (cinco anos), Portugal e a Europa divergem substancialmente, ficando Portugal nos 10% e a Europa nos 17%.
Para Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Portugal, “uma sociedade sem dinheiro implica que todas as transações são digitais, com novas possibilidades de comprar a crédito como uma consequência provável”.
“Numa economia em que o crédito está a tornar-se cada vez mais essencial, será necessário que as empresas façam uma avaliação mais criteriosa na concessão de crédito a fim de evitar a perda de receitas”, assinalou ainda o responsável da Intrum Portugal.
Numa perspetiva a 10 anos, a Grécia surge como o país onde a maioria das empresas (66%) acredita que a sociedade vai ficar sem dinheiro físico nesse período, enquanto na Bélgica, Irlanda, Roménia e Suécia seis em cada 10 empresas entendem que isso acontecerá em breve.
Já as empresas da Sérvia estão entre as que menos acreditam na substituição das notas e moedas apenas por dinheiro virtual, e apenas 18% considera credível o cenário de que o seu país vai ficar sem dinheiro em 10 anos.