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Medina garante que acordo com BE na Câmara de Lisboa se mantém “inalterado”

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O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), garantiu hoje que o acordo de governação da cidade firmado com o Bloco de Esquerda “mantém-se inalterado” e agradeceu o trabalho de Ricardo Robles enquanto vereador.

“No momento em que é conhecida a decisão pessoal de renúncia de Ricardo Robles ao cargo de vereador da Câmara Municipal de Lisboa quero agradecer o seu trabalho e o seu empenho ao serviço da cidade, qualidades que demonstrou como deputado municipal e como vereador, quer na oposição quer no exercício de funções de vereador com pelouro”, escreveu o presidente do município numa publicação na sua página da rede social ‘Facebook’.

Quanto ao acordo político assinado entre socialistas e bloquistas já após a tomada de posse do executivo da capital, Medina diz que “mantém-se inalterado”.

“Entrei em contacto com a direção do Bloco que garantiu o empenho na prossecução do acordo”, aponta.

Na publicação nas redes sociais, Fernando Medina escreve também que vai “solicitar que nas próximas semanas o PS Lisboa reúna a sua Comissão Política e que se realize uma reunião com os órgãos do Bloco de Esquerda, no sentido de assegurar as condições para reforçar a prossecução do acordo estabelecido”.

“Quero naturalmente reafirmar o total compromisso com o desenvolvimento da cidade de Lisboa e com o cumprimento do programa de Governo, nomeadamente na resposta aos desafios do acesso à habitação, à promoção dos transportes públicos, da sustentabilidade ambiental e do crescimento económico”, remata o presidente da Câmara de Lisboa.

Ricardo Robles anunciou hoje a sua renúncia como vereador do BE da Câmara de Lisboa, afirmando ser “uma decisão pessoal” com o “objetivo de criar as melhores condições para o prosseguimento da luta do Bloco pelo direito à cidade”.

“Informei ontem, domingo, a coordenadora da Comissão Política do Bloco de Esquerda da minha intenção de renunciar aos cargos de vereador na Câmara Municipal de Lisboa e de membro da comissão coordenadora concelhia de Lisboa do Bloco de Esquerda”, refere uma nota a que agência Lusa teve acesso.

Esta é, de acordo com Ricardo Robles “uma opção privada, forçada por constrangimentos familiares” e “no respeito pelas regras legais”, para ultrapassar aquilo que se tornou “um problema político real” e que criou um enorme constrangimento à “intervenção como vereador”.

“Esta é uma decisão pessoal que tomo com o objetivo de criar as melhores condições para o prosseguimento da luta do Bloco pelo direito à cidade”, conclui a mesma nota.

A demissão surge na sequência de uma notícia avançada na edição de sexta-feira do Jornal Económico segundo a qual, em 2014, o autarca adquiriu um prédio em Alfama por 347 mil euros, que foi reabilitado e posto à venda em 2017 avaliado em 5,7 milhões de euros.

Na sequência desta notícia, a concelhia de Lisboa do PSD pediu a demissão do vereador bloquista, acusando-o de “falta de ética, seriedade e credibilidade política”.

Também a restante vereação já comentou a saída do vereador bloquista, tendo o CDS-PP salientado que o presidente da Câmara Municipal esclarecesse se o acordo se manteria de pé.

O sucessor de Ricardo Robles na Câmara de Lisboa ainda não é conhecido.