País

Greve na função pública terá primeiros efeitos ainda hoje no lixo e nos hospitais

Foto JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
Foto JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

A greve dos funcionários públicos que está marcada para sexta-feira terá os seus primeiros efeitos ainda hoje, nos hospitais e serviços de recolha de lixo, onde os horários noturnos se iniciam entre as 22:00 e as 24:00.

As estruturas sindicais que convocaram esta greve nacional estimam que vá ter uma elevada adesão, com um impacto mais visível nos setores da saúde, educação, finanças e autarquias, podendo levar ao encerramento de escolas e deixar lixo por recolher.

Na prática, a paralisação inicia-se esta noite dado que o pessoal da recolha de lixo começa a trabalhar a partir das 22:00 na maioria dos municípios e quem trabalha de noite nos hospitais inicia o turno às 11:00.

Na base do protesto, que envolve sindicatos da CGTP e da UGT, está o facto de o Governo prolongar o congelamento salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais baixo da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.

A paralisação começou por ser marcada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), há cerca de um mês, na expectativa de que o Governo ainda apresentasse uma proposta de aumentos generalizados para a função pública, o que não veio a concretizar-se.

A Federação Sindical da Administração Pública (FESAP) e a Federação Nacional da Educação (FNE), filiadas na UGT, marcaram dias depois greve para a mesma data, pelos mesmos motivos.

A FESAP e FNE emitiram um pré-aviso de greve também para hoje para dar cobertura legal a quem queira participar numa concentração de dirigentes e ativistas sindicais que vai decorrer ao início da tarde em frente ao Ministério das Finanças, em Lisboa.

O secretário-geral da UGT vai participar na ação de luta, onde será aprovada uma resolução para entregar no Ministério das Finanças.

A última greve nacional da administração pública ocorreu em 26 de outubro e foi convocada pela Frente Comum, pela FESAP e pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

Nessa data, os sindicatos assumiram que aquela tinha sido a maior greve na Função Pública desde o período de intervenção da ‘troika’, com adesões médias entre os 80 e 90% na saúde e na educação e de 100% em muitas autarquias e tribunais.

Os trabalhadores da função pública têm os salários congelados desde 2009.

A Frente Comum reivindica aumentos de 4% e um aumento mínimo de 60 euros, para quem ganhe até 1.500 euros.

A FESAP reivindica 3,5% de aumento.