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Fibra óptica torna-se a principal forma de acesso a TV por subscrição

Foto Shutterstock
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Segundo o relatório estatístico sobre o serviço de televisão paga relativo ao 1º semestre de 2018, publicado pela ANACOM, “a fibra óptica (FTTH/B) passou a ser a principal forma de acesso ao serviço de distribuição de sinais de televisão por subscrição, alcançando 1,47 milhões de assinantes, 38,2% do total”. Segue-se o cabo, que tem 1,34 milhões de assinantes ou 34,9% do total, e o satélite (DTH), com 13,6% dos clientes. O ADSL passou a ser utilizado apenas por 13,4% dos clientes. As ofertas suportadas em FTTH/B foram as únicas que aumentaram no semestre, 24,1%”, resume a autoridade nacional das comunicações.

Assim, “no final de Junho existiam cerca de 3,9 milhões de clientes do serviço de televisão paga, mais 131 mil do que no mesmo período do ano anterior. O crescimento do serviço deveu-se às ofertas suportadas em fibra óptica (FTTH/B), que registaram mais 286 mil assinantes relativamente ao período homólogo”.

“O Grupo NOS (que inclui a NOS Madeira) detinha a quota de assinantes mais elevada (41,9%, com contributo da subsidiária regional com 1,8% do mercado nacional), seguindo-se a MEO, a Vodafone e a NOWO com quotas de 38,9%, 14,7% e 4,4%, respectivamente. A MEO foi o prestador que, em termos líquidos, mais assinantes captou no primeiro semestre de 2018, em comparação com o mesmo semestre do ano anterior”, adianta ainda a ANACOM.

Também é referido no estudo que “no final do primeiro semestre de 2018, de acordo com o Barómetro de Telecomunicações da Marktest (BTM), cerca de 15,4% dos lares com serviço de televisão paga tinham acesso a canais premium, mais 0,4 pontos percentuais face ao primeiro semestre de 2017, enquanto 78,4% dispunham de mais de 100 canais, mais 5,2 pontos percentuais do que no mesmo período de 2017”.

Outra nota deste primeiro semestre tem a ver com “o nível de utilização das funcionalidades do serviço” que “aumentou 1,2 pontos percentuais face ao período homólogo, verificando-se que cerca de 74,4% dos assinantes utilizaram pelo menos uma das funcionalidades disponíveis. As gravações automáticas foram o serviço mais usado, seguidas dos canais em alta definição, do guia de programação de TV e das gravações manuais”, aponta.

O referido BTM indica ainda que, “no primeiro semestre de 2018, 8,1% dos indivíduos com 10 ou mais anos tinham subscrito serviços de vídeo streaming on demand (i.e., Netflix, Fox Play, NPlay ou Amazon Prime Video), mais 3,6 p.p. do que no mesmo período do ano anterior” e que “no mesmo período, cerca de 84,3% das famílias dispunham do serviço de televisão por subscrição”, conclui.

Refira-se que o tema da fibra óptica, nomeadamente os preços praticados aos clientes, veio novamente à tona com a entrevista do presidente da ANACOM ao DIÁRIO, no qual João Cadete de Matos dizia: “resentemente na Madeira os serviços de alta velocidade são prestados sobretudo por dois operadores, a NOS através de cabo de nova geração (83% dos clientes residenciais de alta velocidade) e a MEO através de fibra óptica (17% dos clientes residenciais de alta velocidade). A ANACOM considera essencial o desenvolvimento da concorrência e na sua esfera de competências tem tomado medidas para a sua promoção, nomeadamente no domínio das condições de acesso às infra-estruturas e da redução dos preços, nomeadamente dos circuitos entre o Continente e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira por cabo submarino. A existência de uma concorrência efectiva constitui uma condição essencial para a melhoria da qualidade do serviço prestado e para a redução dos preços. Por essa razão, a ANACOM tem incentivado e procurado criar condições para a presença de todos os operadores na Madeira e nos Açores. Essa presença pode contribuir para o desenvolvimento do sector das comunicações, que respeite os direitos dos consumidores e dê uma resposta adequada às necessidades de todos os outros sectores de actividade económica.”

No mesmo dia (7 de Novembro), era noticiada a decisão da ANACOM em baixar 10% os preços a pagar pela utilização do cabo submarino entre o continente, a Madeira e os Açores. “Esta medida, aprovada na reunião que o conselho de administração da entidade reguladora realizou no Funchal, abre caminho a uma baixa dos preços dos serviços de telecomunicações prestados ao cliente madeirense”, frisava a notícia, medida que não agradou à Altice, dona da MEO.