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Fernando Pinto e equipa da TAP “puseram Portugal no mapa”

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O presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Francisco Calheiros, lamenta a saída de Fernando Pinto da presidência executiva da TAP, enaltecendo o trabalho do responsável e da equipa inicial que “puseram Portugal no mapa”.

“Não tenho qualquer dúvida em dizer que o engenheiro Fernando Pinto e a equipa que veio com ele - não podemos esquecer que eram quatro no início - marcaram, claramente, o novo ritmo da TAP. Não tenho dúvida nenhuma em afirmar que puseram a TAP no mapa, muitas vezes - como empresa pública que era - sem qualquer espécie de ajudas. Acho que foi uma equipa que fez um milagre”, disse Francisco Calheiros à Agência Lusa.

Fernando Pinto anunciou na quinta-feira que vai deixar a presidência executiva da TAP, na qual esteve desde outubro de 2000, numa carta dirigida aos funcionários da companhia aérea portuguesa e em que deu conta do seu sucessor, Antonoaldo Neves.

“O engenheiro Fernando Pinto sempre teve uma relação extraordinária com a indústria [do Turismo] - quer com a confederação, quer com as suas várias associadas, nomeadamente, com a APAVT [Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo]”, acrescentou Francisco Calheiros, lembrando que teve ele próprio bastante contacto com aquele responsável “estes anos todos” em diversas frentes do setor.

“Só posso dizer que tenho muita pena que ele saia. Foram 17 anos, acho que Fernando Pinto é, claramente, uma mais-valia que a TAP teve. Foi muito importante quer para a TAP quer para o Turismo em Portugal”, sublinhou ainda.

Francisco Calheiros voltou a considerar a TAP “uma companhia completamente determinante para o turismo português”, daí que para a CTP “uma TAP bem gerida é algo vital”.

Já sobre a escolha do sucessor de Fernando Pinto, o responsável diz não conhecer, mas acredita que a sua escolha tenha sido muito pensada.

“Vi o nome, é uma pessoa com grande currículo, isso sem qualquer espécie de dúvida, com uma grande ligação ao acionista [privado]. Não tenho dúvida nenhuma de que foi alguém muito procurado, pois a TAP está num sentido excecional. Há toda esta política nova que se está a fazer no mercado dos EUA, um bocadinho mal comparada com a que fez há uns anos para o Brasil, repleta de sucesso, e aquilo que eu desejo é que esta também venha a ser”, afirmou.

“E não tenho dúvida de que a pessoa que vem, pelo seu passado e currículo, irá, com certeza, dar continuidade a este excelente trabalho que se tem estado a fazer na TAP”, concluiu o presidente da Confederação do Turismo de Portugal.

Antonoaldo Neves, até agora administrador responsável pela área comercial da TAP, deverá ser eleito na assembleia-geral de acionistas, marcada para 31 de janeiro.

Segundo dados biográficos disponibilizados pela TAP, o sucessor de Fernando Pinto na presidência executiva da companhia conta com mais de 25 anos de experiência como “gestor de perfil internacional”.

Enquanto ‘Chief Commercial Officer’, Antonoaldo Neves, de dupla nacionalidade (brasileira e portuguesa) e licenciado em Engenharia Civil, integrava o Conselho de Administração e a Comissão Executiva da companhia, além de ter participado no processo de privatização da TAP.

Antes de se mudar de São Paulo para Portugal, foi presidente executivo da Azul Linhas Aéreas, onde se envolveu no processo de fusão com a Trip, em 2012, em conjunto com David Neeleman, acionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway.

Ainda na Azul, envolveu-se na entrada da companhia nas bolsas de Nova Iorque (Estados Unidos da América) e de São Paulo (Brasil), bem como na expansão internacional da Azul. Antes, e entre outros, integrou a equipa da consultora McKinsey.

O consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, detém 45% do Grupo TAP (TAP SGPS), a Parpública 50% e os trabalhadores os restantes 5%.