País

Encontro nacional de ciência começa hoje em Lisboa com protestos de precários

FOTO Lusa
FOTO Lusa

O encontro nacional Ciência 2019, que tem o Reino Unido como país convidado, começa hoje em Lisboa, onde os cientistas precários prometem mostrar a sua indignação contra a falta de perspectivas de uma carreira.

A iniciativa, que decorre até quarta-feira no Centro de Congressos de Lisboa, onde são esperados mais de 4.000 participantes, entre cientistas, empresários e alunos de doutoramento, é organizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, em colaboração com a Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e comissão parlamentar de Educação e Ciência, contando com o apoio institucional do Governo através do ministro da Ciência.

Na sessão inaugural, onde são aguardadas intervenções do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro da Ciência, Manuel Heitor, os precários da ciência prometem fazer-se ouvir sob o lema “Pelo fim da precariedade laboral e pela dignificação das carreiras científicas”, numa acção promovida pela Associação de Bolseiros de Investigação Científica e sindicatos, entre outras entidades.

Os investigadores, que pedem a valorização da carreira científica e contratos efectivos de trabalho, voltam a manifestar o seu descontentamento na terça-feira, mas no exterior do Centro de Congressos de Lisboa.

A edição deste ano volta a ter sessões temáticas paralelas, a cargo de cientistas, e sessões plenárias, com oradores convidados nacionais e estrangeiros, incluindo desta feita britânicos.

O mote para os temas em debate é, além das metas globais da ONU para 2030, as comemorações dos 100 anos da União Astronómica Internacional e das observações do eclipse solar que validaram a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, dos 50 anos da chegada do Homem à Lua, dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães e dos 150 anos da Tabela Periódica dos Elementos Químicos de Mendeleev.

Durante três dias, os cientistas portugueses vão poder mostrar também o que fazem nos laboratórios através de diversos expositores.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deverá encerrar na quarta-feira a sessão plenária da manhã. Noutras sessões, as intervenções finais estarão a cargo dos ministros do Ambiente, dos Negócios Estrangeiros, da Economia, da Educação, da Presidência e da Modernização Administrativa e do comissário europeu Carlos Moedas.

As habituais medalhas de mérito científico, que hoje são entregues, totalizam 11 e distinguem, entre outros, a investigadora Maria João Saraiva, pelos seus estudos de mais de 30 anos sobre a paramiloidose, mais conhecida por doença dos pezinhos, o fundador da Associação Portuguesa de Inteligência Artificial Luís Moniz Pereira e a bióloga Raquel Gaspar, que tem trabalhado com mulheres pescadoras na preservação das pradarias marinhas do estuário do Sado.