País

Costa promete executivo para os bons e os maus momentos

Foto Tiago Petinga/LUSA
Foto Tiago Petinga/LUSA

O primeiro-ministro considerou hoje que a sua governação será agora mais exigente, mas frisou que os compromissos assumidos com os portugueses não dependem dos ciclos económicos, declarando que formou um executivo para os bons e maus momentos.

António Costa assumiu esta posição após o Presidente da República ter dado posse ao XXII Governo Constitucional, o segundo por si liderado, numa cerimónia no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

“O XXII Governo Constitucional está bem ciente da exigência acrescida e das responsabilidades reforçadas que assume, num quadro internacional bastante mais incerto. O compromisso que selámos com os Portugueses não está dependente de ciclos económicos. Este é um Governo para os bons e para os maus momentos”, afirmou o primeiro-ministro.

Nos próximos quatro anos, António Costa disse que procurará “maximizar todas as oportunidades” para o país ter “mais crescimento, melhor emprego, maior igualdade, contas certas”.

“Mas também não viraremos as costas às dificuldades. E quanto maior for a tormenta, maior será a nossa determinação em ultrapassá-la”, salientou.

Na sua intervenção, o líder do executivo começou por apontar um conjunto de semelhanças e uma diferença em relação à cerimónia de posse do seu anterior Governo, em novembro de 2015, dizendo que, no Palácio da Ajuda, “o cenário é o mesmo, a ocasião é igualmente solene e o juramento prestado reveste idêntica seriedade”.

“Mas o país que assumimos agora a responsabilidade de governar é bem diferente”, sustentou António Costa, referindo depois uma série de resultados económicos e sociais que disse terem sido alcançados nos últimos quatro anos.

“O país é, felizmente, bem diferente do de há quatro anos e tem hoje condições para fazer ainda mais e melhor. Por isso, a governação é agora ainda mais exigente”, considerou.

Para o primeiro-ministro, na próxima legislatura, “não se trata só de consolidar o que já foi alcançado, de garantir que não há retrocessos, de prosseguir o caminho que aberto, concretizando as reformas da descentralização à floresta ou desenvolvendo as novas leis de bases da Saúde ou da Habitação”.

“Hoje, Portugal precisa de uma nova ambição. E os portugueses exigem-nos que façamos ainda mais e melhor”, declarou, antes de contar que, ao longo da última campanha eleitoral, ouviu cidadãos pedirem-lhe medidas para o Serviço Nacional de Saúde, combate à corrupção, apoios para os idosos ou para as regiões do interior.

Neste ponto, António Costa afirmou também não esquecer que se está numa “corrida contra relógio na prevenção dos incêndios florestais”, nem da urgência de travar a sinistralidade rodoviária e de combater “a intolerável violência de género”.

“Se há quatro anos a prioridade era virar a página da austeridade, agora temos de consolidar um percurso sustentável de prosperidade partilhada numa sociedade decente. Não basta crescer mais, temos de ter, pelo menos, uma década de convergência económica e social com a União Europeia. Não basta ter mais emprego, queremos melhor emprego, trabalho digno e salário justo para todos os trabalhadores. Não basta reduzir as desigualdades, há - temos de o assumir com coragem e clareza - que erradicar a pobreza”, afirmou.

António Costa referiu-se ainda a uma das principais metas do seu Governo a curto prazo e que está relacionada com a com a concertação social.

“Não basta dinamizar o diálogo social, a negociação coletiva, a concertação social. Precisamos, em sede de Conselho Económico e Social, construir um verdadeiro pacto para o cescimento, com mais investimento, melhor conhecimento e maior rendimento”, acrescentou.