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Costa elogia actuação dos partidos e regista avanços na frente europeia

Foto MÁRIO CRUZ/LUSA
Foto MÁRIO CRUZ/LUSA

O primeiro-ministro elogiou hoje a atuação dos partidos na atual conjuntura de resposta à crise provocada pela pandemia da covid-19 e considerou que na frente europeia, após momentos de tensão, registaram-se agora alguns “avanços positivos”.

Estas posições foram transmitidas por António Costa em entrevista à Rádio Renascença, depois de interrogado sobre o estado das relações entre os partidos da “Geringonça” - o PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV - numa fase em que o país está a ser atingido pelo surto do novo coronavírus e quando há riscos de uma profunda crise económica e social.

Na resposta, o líder do executivo disse que se tem dado “muito bem” com os parceiros à esquerda dos socialistas, mas preferiu “sublinhar que o conjunto dos partidos tem sido exemplar na forma como tem sabido agir, sem prescindir obviamente das suas diferenças ideológicas, do dever de crítica e de fiscalização relativamente ao Governo”.

Os partidos “têm agido de uma forma solidária e unida num momento em que todos compreendemos que é de unidade nacional”, disse, antes de ser confrontado com a tese de que o Governo tem nesta fase revelado maior grau de convergência com o PSD.

O primeiro-ministro, porém, insistiu que “o consenso tem sido bastante generalizado” no plano político.

“Mesmo o PCP, que não tem votado favoravelmente o estado de emergência, não se tem oposto à generalidade das medidas. Considero que tem havido um grande sentido de convergência e de unidade nacional”, reforçou.

Já na frente europeia, o primeiro-ministro apontou que houve “um momento muito tenso” na sequência da última reunião de chefes de Estado e de Governo, “mas que também fez muitos compreenderam que é preciso dar passos em frente”.

“E foram dados novos passos em frente. As propostas esta semana apresentadas pela Comissão Europeia, seja para melhor utilização dos fundos comunitários, seja para a criação de um mecanismo de seguro para emprego, são importantes”, defendeu.

António Costa ressalvou logo a seguir que não foi atingido ainda aquilo que se considera necessário, mas registaram-se “avanços positivos”.

“Espero que na reunião do Eurogrupo, na próxima terça-feira, se concretizem novos passos”, disse.

Já sobre a controvérsia em torno da emissão de emissão de dívida conjunta - os chamados eurobonds ou coronabonds -, o primeiro-ministro sugeriu que “ninguém se deve agarrar, como se fosse um fetiche mágico, a nomes de designações”.

“O que é fundamental é haver a capacidade de a União Europeia ter em conjunto capacidade de resposta a um desafio que é comum. Tem de perceber que temos de o fazer de uma forma comum e solidária. Se é com eurobonds ou coronabonds, se é com apoios diretos com base no orçamento da União Europeia, ou, ainda, se é com recurso à emissão de dívida ou com contribuições extraordinárias dos Estados-membros, isso já são opções técnicas onde não está o cerne da questão”, sustentou.

O cerne da questão, segundo o líder do executivo português, está na Europa “provar que é capaz de enfrentar um desafio desta dimensão em conjunto e de um modo solidário”.

“Não me agarro [a nenhuma fórmula técnica] em específico, mas é essencial que a Europa não desista de si própria. Seria absolutamente irresponsável deitarmos abaixo tudo o que construímos nestes últimos 70 anos”, advertiu.

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