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Articulação entre público e privado pode impulsionar investimentos externos no mar

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A construção de uma “infraestrutura legislativa e fiscal” que promova investimento e melhoria da articulação entre os setores público e privado são condições que possibilitam a Portugal beneficiar do seu posicionamento marítimo, impulsionando investimentos externos, foi ontem divulgado .

Em causa está o LEME -- Barómetro da PricewaterhouseCoopers (PwC) da Economia do Mar, elaborado com base num questionário feito a 50 personalidades ligadas ao mar, “abrangendo de uma forma transversal todos os subsetores da economia do mar”, segundo a consultora.

Para que Portugal beneficie mais do seu posicionamento marítimo, os inquiridos recomendam também a redução da burocracia, o investimento em equipamentos e meios civis e militares para operar no mar e a fomentação de programas internacionais de aceleração de novos negócios.

Adicionalmente, sugerem, entre outros pontos, o investimento no conhecimento sobre os oceanos, uma agenda de compromissos a longo prazo, parcerias internacionais, o reforço do plano de promoção internacional do país de políticas que alavanquem a posição geoestratégica.

De acordo com o LEME, seis em cada dez inquiridos defendem que os investidores externos atribuem “elevada importância” à localização geográfica de Portugal quando analisam oportunidades de investimento na economia do mar.

Por sua vez, 32% dos inquiridos defende que os investidores externos atribuem uma “razoável importância” à localização geográfica de Portugal e às organizações internacionais a que o país pertence quando equacionam fazer investimentos, enquanto apenas 2% diz que tem “baixa importância”.

Questionados sobre a possibilidade de existirem Estados que apenas procuram investir na economia do mar de Portugal por razões geoestratégicas, independentemente do racional económico e do investimento a realizar, 66% dos líderes respondeu “sim”, 22% “não” e 12% afirmou não ter opinião sobre o tema.

Os que responderam “sim” referem que Portugal pode identificar estas situações estando atento aos desenvolvimentos no âmbito das relações internacionais, analisando investimentos de elevado valor na Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) e antecipando investimentos.

Os inquiridos sugerem também a articulação da análise dos projetos com informação proveniente do corpo diplomático e dos serviços de informação, bem como a monitorização dos objetivos e ação de cruzeiros científicos internacionais.

A apresentação da 9.ª edição do estudo “LEME - Barómetro PwC da Economia do Mar (Portugal) decorre esta tarde, em Lisboa.