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Aberta classificação de dez canhões encontrados em meio aquático no Algarve

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A Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) publicou hoje em Diário da República a abertura da classificação de dez canhões provenientes de recolha arqueológica subaquática realizada na Ponta do Altar, em Ferragudo, no Algarve.

“Foi determinada a abertura do procedimento de classificação de dez canhões provenientes de recolha arqueológica subaquática realizada na Ponta do Altar cuja proteção e valorização representam valor cultural de significado para a nação”, lê-se no despacho assinado pela diretora-geral, Paula Araújo da Silva.

Os dez canhões em bronze, com quase três metros de comprimento cada, conjuntamente com outras evidências arqueológicas, nomeadamente um canhão de ferro que permaneceu no local, “permitiram reconhecer um contexto de naufrágio, ainda que disperso, de um navio que terá estado ao serviço da Coroa de Espanha e que se terá perdido numa manobra mal sucedida de entrada ou saída na barra do rio Arade, constituindo, segundo os especialistas, uma das mais significativas coleções de artilharia em bronze dos inícios do século XVII, na dinastia Filipina”, referiu em fevereiro a DGPC, quando deu conta da proposta de classificação.

O sítio arqueológico da Ponta do Altar situa-se na freguesia de Ferragudo, concelho de Lagoa. A descoberta do primeiro destes exemplares remonta à década de 1990.

Três dos canhões encontram-se depositados e podem ser vistos no Museu de Portimão, tendo sido temporariamente cedidos àquele município pela DGPC, enquanto as restantes bocas-de-fogo se encontram à guarda da DGPC, nas reservas do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS).

Estes procedimentos, de acordo com a entidade, resultam de uma proposta inicial para abertura de processos de classificação de bens móveis provenientes de meio náutico ou subaquático que foi apresentada por um grupo de investigadores do Centro de Humanidades da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com o qual a DGPC tem um protocolo de colaboração.