Crónicas

Abril, ontem e hoje

“(...) como se depois da desilusão do PSD, os madeirenses estivessem destinados a cair na ilusão do Partido Socialista, que vive em torno de um homem só, sem equipa, sem projeto”

O 25 de Abril valeu a pena porque ele representou a restituição da Democracia a Portugal e a conquista da Autonomia pelos Açores e pela Madeira. É por isso que sem complexos ou preconceitos o CDS sempre assinalou o verdadeiro 25 de Abril. O Abril da Democracia não o dos desmandos da Revolução; o Abril da Liberdade, não o dos saneamentos; o Abril do Estado de Direito, não o dos mandatos de captura em branco; o Abril do fim da guerra no Ultramar, não o da desastrada descolonização; o Abril da liberdade económica, não o das nacionalizações; o Abril do poder local e das Autonomias, não o do Estado dirigista e centralista. Este é o verdadeiro espírito do 25 de Abril, a que uma larga maioria dos portugueses aderiram de corpo e alma e que alguns quiseram desvirtuar através de uma ditadura comunista que felizmente foi travada no 25 de novembro, também com a colaboração dos autonomistas madeirenses.

Infelizmente, os célebres três “Dês” – Democratizar, Descolonizar, Desenvolver, da esperança de Abril de 1974, estão substituídos, em 2019, por outros três perigosos «dês»: dívida, desigualdade e descrédito. O endividamento do país é insuportável e ameaça, de novo, a nossa já relativa soberania financeira; o desemprego, embora tenha descido, continua a atingir milhares de cidadãos e o fraco crescimento económico não cria os empregos qualificados que foram prometidos aos nossos jovens licenciados. Se a isto somarmos a maior carga fiscal de que há memória, a falta de competitividade da economia, um visível empobrecimento da classe média com o acentuar das desigualdades sociais, bem como o descrédito no sistema bancário e o desprestígio das instituições do Estado, temos uma noção clara do estado da Nação.

Os portugueses, do continente, dos Açores e da Madeira têm razões para estarem preocupados e até se sentirem enganados quando constatam que os Governos escondem a realidade, mascaram os números e prometem o que não podem cumprir.

Muitos cidadãos já se interrogaram se foi para isto que se fez o 25 Abril. Não foi certamente. Mas também não foi, certamente, para deixar tudo como está.

Este ano, os cidadãos têm nas suas mãos o poder de decidir, em três eleições, uma mudança neste estado de coisas. As eleições para o Parlamento Europeu, daqui a um mês, são absolutamente decisivas para a União ganhar um novo fôlego e para Portugal e a Madeira continuarem a beneficiar de importantes apoios financeiros que vão sustentando o nosso desenvolvimento e que devem culminar num verdadeiro Estatuto da Ultraperiferia que nos permita minimizar os constrangimentos permanentes das nossas ilhas.

A segunda ocasião, em que os portugueses podem dar um novo rumo ao país, são as legislativas nacionais, para que não se repita uma geringonça de esquerda que, na base de alguma reposição de rendimentos e de muita propaganda, escondeu a maior carga de impostos de que há memória, disfarçou irresponsabilidades ao mais alto nível do Estado, como nos incêndios ou em Tancos, empatou a solução de problemas da Madeira, como a mobilidade, e impôs cativações que degradaram os serviços públicos, como a educação, e levaram ao quase colapso do Serviço Nacional de Saúde. É por isso que em outubro se impõe escolher uma verdadeira Alternativa de Centro e de Direita que devolva a confiança e a esperança aos portugueses, e não apenas reeditar um bloco central como pretendem o PS e, estranhamente, o PSD.

Mas para nós madeirenses e porto-santenses, o momento decisivo são as eleições de 22 de setembro, onde se escolherão os deputados e da composição do Parlamento sairá o novo Governo da Região. Será com certeza o momento histórico com o fim das maiorias absolutas de um só partido e isso só pode ser uma boa notícia para o nosso povo.

O PSD esgotou-se e esgotou a paciência dos madeirenses, pois não cumpriu metade do que prometeu e além disso não soube defender com firmeza a nossa Autonomia e os interesses da Região junto do Governo Central e do Presidente da República. A renovação foi uma deceção!

Mas há quem queira fazer das eleições, apenas, uma escolha entre duas forças políticas como se depois da desilusão do PSD, os madeirenses estivessem destinados a cair na ilusão do Partido Socialista, que vive em torno de um homem só, sem equipa, sem projeto e à sombra dos apoios do Governo de Lisboa.

Não há apenas duas opções nas eleições. Há uma outra Alternativa, protagonizada pelo CDS, que já demonstrou na Oposição, mas também onde governa, na Câmara de Santana e nas Juntas de Freguesia, que tem soluções e, sobretudo, que consegue concretizá-las em benefício das populações. Isto porque só promete aquilo que pode cumprir, e essa á grande diferença em relação ao PSD e ao PS, e esse é o seu melhor capital e a melhor garantia para quem escolher a Chave da Mudança que é o CDS.