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Votar em certa Esquerda? A escolha é sua.

1. Dificilmente quem experienciou o lado mais negro da esquerda quererá voltar a falar em socialismo/comunismo.

À ilha retornaram cerca de 4.000 lusodescendentes, fugidos de violência, perseguição, fome, incerteza (...), e acima de tudo em busca de segurança física e emocional. Querem voltar, mas a uma Venezuela democrática, que possa trilhar novamente a prosperidade. Precisaram de ajuda e o governo regional esteve à altura nesta solidariedade, sem hesitações ou receios. Cuidou de quem precisou. Aliás, os sucessivos governos do PSD-M nunca negligenciaram a sua comunidade, sendo uma presença constante junto dela por esse mundo fora. Lembro que, em tempos prósperos, as divisas dos nossos imigrantes eram de extrema importância para o crescimento económico do país.

Mas estes cerca de 4 000 venezuelanos na RAM assumem particular importância em ano de eleições. Se era certo uma baixa eleitoral dos votantes madeirenses no PSD, não menos certo é a previsível recuperação deste partido face a estes votantes.

Não é por acaso a tentativa de “sedução” de Cafôfo com o desfraldar da bandeira venezuelana na Câmara Municipal do Funchal. Afinal, são 4 000 votos que podem baralhar as contas.

2. O Governo Social Democrata da Madeira vai contar o tempo de serviço de forma integral dos professores. O Governo Socialista não quer e aponta uma solução “nacional” que obviamente prejudica os professores. Imaginem um governo socialista na Madeira em conluio com o de Lisboa.

3. Já repararam que nunca houve tanta contestação social ao nível nacional em tantos sectores nos últimos anos como com este governo socialista? Sim, este governo socialista nacional, que os socialistas da Madeira tanto elogiam. Se temos o tal crescimento económico, se a crise terminou, como tanto apregoam os socialistas, a que se deve tanta instabilidade e contestação social?

4. “Comissão Europeia processa Portugal por não ter instalado lei da UE contra abuso sexual de crianças”, in Observador. Vejamos, entre outros, dois exemplos de prioridades da maioria de esquerda na produção de legislação e que se sobrepuseram à defesa das crianças: a) lei que possibilita animais em estabelecimentos comerciais e lei de mudança de género. (sem desmerecer a importância das iniciativas questiono a prioridade)

Post scriptum 1 - Alguns admiraram-se com a minha ausência no congresso e o meu silêncio sobre a vida partidária do PSD-M, nos últimos meses (’lol’, não percebo bem porquê’). Como disse em outro artigo anterior, considero que ser militante acarreta responsabilidades, e uma delas é falar/alertar/criticar no tempo certo. Em coerência com o que acredito, ou melhor, com o que não acredito, tal como no passado, tenho a postura que considero adequada. Agora, considero que os novos dirigentes devem ter espaço para provar que os “críticos” estão errados e que tudo será diferente. De uma foram ou de outra, a seu tempo, serão pedidas as devidas responsabilidades, das escolhas, opções e estratégias sem “bodes expiatórios”.

Faço, sinceramente, votos, de que todos os que assumiram cargos, e que até há bem pouco tempo, e durante anos, “minaram”, “maldisseram”, difamaram, arruinaram a imagem de M.A. e queriam inclusivamente formar novo partido, tenham tido um sentido arrependimento, tenham feito um “acto de contrição”, pedido “perdão” e que genuinamente acreditem nas capacidades de liderança e competência dos novos membros dos órgãos regionais. Fazendo uma analogia com a vida partidária, e para algumas pessoas que deviam ter no mínimo vergonha na cara, faço minhas as palavras do Papa, ao dizer que é melhor viver como ateu do que ir à igreja e odiar os outros.

Post scriptum 2 - Mesmo com algumas trapalhadas na comunicação, o que é facto é que o governo regional da Madeira do PSD-M tem cumprido as promessas que fez. Infelizmente, a muitas não foi dada a devida importância, ofuscadas pela campanha “colgate” socialista ou pelo “mudas-teee”, mesmo que seja para pior. A única coisa que vos peço é que pensem, tendo em conta tudo o que conhecemos desse mundo, com a violência, cidades e trânsito caóticos, escolas e cuidados de saúde a centenas de km, (...) qualidade de vida: escolheriam outro lugar REAL (não ideal no imaginário) para viver que não a Madeira? No que me diz respeito, a resposta é não. Penso que se a reflexão for profunda, chegarão à mesma conclusão que este é o melhor lugar para criarmos os nossos filhos. Não se esqueçam também de comparar a Madeira com outras regiões do país e quem foi o partido que fez com que a Madeira seja o que é hoje. Aqui, a maior reflexão não é para os “verdadeiros” militantes a um partido, porque esses estarão sempre “condicionados” ideologicamente. Um socialista ou comunista nunca votará num social democrata, assim como eu, social democrata convicta, nunca votarei num outro partido. Posso até votar em branco, mas, num partido que vá contra a minha matriz ideológica, isso nunca.