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Um ano de decisões

O novo ano recém-chegado traz consigo muita promessa e muito desafio. Os madeirenses serão chamados três vezes às urnas de voto, pelo que no plano político, será um ano de imensos desafios regionais, nacionais e europeus. Eu diria que a nível regional e naquilo que mais directamente nos diz respeito à Autonomia Regional, as coisas estão claras. Há os autonomistas e há os lacaios de coluna vergada aos ditames centralistas do Terreiro do Paço. Estão bem identificados, por muita máscaras que coloquem, e sorrisos escancarados ensaiados. Há quem afiance que dificilmente alguém terá maioria absoluta no embate regional. Eu diria que a qualidade dos discípulos regionais do Dr. António Costa é tão rasca e medíocre, que ainda correm o risco de oferecer de bandeja uma maioria absoluta (mais uma) ao Dr. Miguel Albuquerque. Nesse aspecto estou de acordo com o Dr. Jardim, pois com estes verdugos pestilentos que parasitam o PS-Madeira, só uma descomunal incompetência social-democrata, não cilindra aquela hidra bicéfala apatetada, que vagueia deslumbrada a verter pus por aí.

Tomei nota da mensagem de Ano Novo do Sr. Presidente da República e nos actos eleitorais acima elencados para este ano. O apelo ao exercício/dever do voto e às políticas e políticos “mais confiáveis” é quase uma quimera nos lembrarmos das incríveis falhas do Estado português quanto às suas funções de soberania, defesa, protecção civil, ocorridos nos últimos anos. Isto para não relembrar os crassos erros de regulação e fiscalização que oscilam desde a banca até ao sector energético, onde a culpa em todos eles morre solteira, com um odor a impunidade que até tresanda, com suspeições de irregularidades a que a justiça se exibe impotente de escrutinar. O Prof. Marcelo Rebelo de Sousa é o Presidente deste mesmo país, e ainda que trabalhe arduamente para o seu segundo mandato com um índice de popularidade muito simpático, há-de convir que tem falado demais, além de que tem sido muito condescendente com os absurdos com que este governo tem sido fecundo. Não basta apenas apelar ao voto e às boas políticas, para que as pessoas magicamente se sintam representadas e tenham a “maçada” de irem votar. Em quase toda a Europa e noutras partes do mundo há uma massa de gente, que à falta de representação efectiva nos partidos tradicionais, embarcam nos chamados “populismos” de um discurso diferenciador e disruptivo. Não é à toa que temos um Trump ou um Bolsonaro.

Por fim uma nota ao folhetim do gado no Parque Ecológico do Funchal que nasceu quase ao mesmo tempo que o “Messias”. Uma história muito mal contada, alicerçada por um presidente em “part-time” em modo “cata-voto”, e por uma vereadora “desaparecida” que se abstém de pôr ordem no seu “rebanho”.