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O seu voto é importante!

Não desvalorize o seu voto. Por um se perde e por um se ganha. Acredite que o seu voto pode fazer a diferença e é importante

Há quem julgue que não ir votar é ser “herói de rebelião” que forçará os partidos políticos a mudarem. Há também quem julgue que votar em branco, ou anular o voto com um risco de cima abaixo, ou praguejando os políticos, “alguém” terá em conta a sua indignação.

É evidente que quem se abstém, ou vota nulo ou branco, está completamente descrente e desiludido com o sistema e com as opções que tem à escolha. Todavia, estas estratégias não tem o resultado desejado e só favorecem a manutenção do estado atual das coisas que é a origem da sua descrença.

Na Suécia, cerca de 90% da população vota. Não é uma democracia perfeita. Mas, o seu povo tem um lema muito interessante: “Não presta, rua!”. Por conseguinte, a Suécia tem uma democracia onde quase não existe corrupção e onde os eleitores cobram as más/boas políticas do Governo. Esta lógica de dar e retirar poder nas eleições está tão enraizada que todos se sentem importantes na decisão do futuro do seu país e/ou região.

Quer saber a importância do seu voto? Analisemos os resultados de 2015 das eleições para o Governo Regional.

Sabia que o atual Governo do PSD é poder apenas com o voto de 22% da população votante? Surpreendido? Mais de metade da população da Madeira e Porto Santo não foi votar. Apenas votaram 49,67% da população e, desses, o PSD de Miguel Albuquerque obteve 44,35% dos votos. Seria este o resultado se a abstenção fosse menor? Poderia ter sido melhor, ou poderia ter sido pior. Mas só saberíamos se as pessoas tivessem ido votar. Os mais atentos não se esquecem da confusão da sessão de apuramento de votos que culminou com uma maioria absoluta do PSD por 12 votos.

Em plena confiança no projeto de renovação de Miguel Albuquerque, o PSD conseguiu 56.569 votos contra os 70.823 votos em todos os outros partidos, conjuntamente com os votos brancos e nulos. Nas últimas europeias, o PSD já só conseguiu 36.928 votos.

Já aqui alertei que a totalidade de votos nulos e brancos, em 2015, dava para eleger 2 deputados. E se em vez de votar nulo e branco tivessem escolhido um partido? Estaríamos na situação atual?

Perceber como se transforma os votos em número de deputados, ajuda-nos a melhor decidir nas urnas. Reparou no quadro que 5.797 votos foram dirigidos a partidos pequenos, mas que não tiveram qualquer representação na Assembleia? Vote em quem desejar, mas saiba que nas eleições de 2015, foram necessários 2.425 votos para poder eleger um deputado. Todos os votos em partidos que não atingiram este valor foram desperdiçados na distribuição de deputados. E quem sai vencedor? É sempre o partido mais votado.

Para 22 de setembro existe uma enormidade de partidos pequenos a votação. Nas eleições europeias, muitos desses partidos tal como NOS Cidadãos, PURP, Livre, Aliança, Iniciativa Liberal, Chega tiveram valores muito inferiores a este valor referência de 2.425. Conseguirão ultrapassar a barreira necessária para eleger 1 deputado? Boa sorte a todos! Vão precisar. Se não atingirem o valor mínimo de 1 deputado matematicamente são votos desperdiçados.

Estas próximas eleições são provavelmente as eleições mais importantes para o futuro da nossa Região. Muitos empréstimos contraídos estarão em pagamento nos próximos 4 anos.

A questão que se coloca ao PSD-Madeira é se continua a ser a esperança que anunciava em 2015? É por demais evidente que o projeto político de Miguel Albuquerque fracassou e o PSD-Madeira tenta sobreviver sob as orientações de quem quiseram descartar e destruir.

Pela sua gravidade, não posso deixar de criticar neste meu artigo as declarações do Secretário da Saúde que “Seria criminoso investir 75 milhões de euros em apenas 20 mil pessoas”. Este secretário médico de profissão quis fazer-se de economista. Esqueceu-se que um médico tem como missão salvar vidas e um bom economista usa a ciência da economia a bem das pessoas. Caso para perguntar - é esta a nova linha de orientação governativa? Para a saúde não há dinheiro, mas para cheques-prenda já há?

A 22 de setembro, vamos todos escolher quem queremos a governar nos próximos 4 anos, na certeza de que não há mundos perfeitos e a “não escolha” é sempre pior do que errar. Não desvalorize o seu voto. Por um se perde e por um se ganha. Acredite que o seu voto pode fazer a diferença e é importante. Vote em quem quiser, mas vote! Não tenha medo de errar. Se se enganar? Não faz mal. Daqui a 4 anos, rua!