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Hoje, há festa na Calheta!

Calheta é, hoje, uma referência muito carinhosamente acolhida e vista por toda a região, como um local aprazível para se viver e visitar

O concelho da Calheta está hoje em festa.

No dia 1 de julho de 1502, D. Manuel I, reconheceu os méritos da Calheta e concedeu-lhe carta de foral.

D. Manuel I, com os cognomes de “O Venturoso” ou “O Afortunado”, rei de Portugal desde 1495 até 3 de dezembro de 1521, data da sua morte. D. Manuel, I teve pela Calheta um carinho especial. De facto, as extensas Calhetas, com os seus inúmeros canaviais, produziam enormes quantidades de açúcar que abasteciam a Flandres que gerava significativas receitas para o erário publico, sem esquecer as obras de arte flamengas que enxameiam as nossas igrejas e museus... Era tão relevante a importância do negócio que D. Manuel I criou uma alfândega na Calheta, constando-se que terá enviado um seu filho bastardo para estas paragens que era abastecido anualmente por uma caravela com vestimentas e víveres diversos...

Então por que carga de água, vem o concelho consagrar como seu dia comemorativo o dia 24 de Junho, de S. João Baptista?

Malhas que o império tece...

Bem recentemente (tudo é relativo...), já na vigência do regime democrático, deveria a Câmara Municipal escolher o seu dia. Colocada à apreciação, foi sugerido o dia 8 de Setembro. Na verdade, o dia 8 de Setembro é o dia da festa do Loreto. Festa com dia fixo. Além disso, o arraial do Loreto era um arraial que mobilizava romeiros de todos os cantos da ilha, sendo uma referência em toda a região, porque, apesar da distância face aos grandes centros populacionais, era concorrente com os arraiais maiores da ilha, em termos de afluência de romeiros. Lembro-me perfeitamente de, à porta de acesso à capela de Nossa Senhora do Loreto, olhar para a multidão e ver um impressionante mar de cabeças...

Daquele órgão municipal faziam parte dois vereadores, um da Atouguia e outro da Fajã da Ovelha, que tinham S. João Baptista como orago das suas terras.

O bairrismo veio ao de cima e ganhou o dia 24 de Junho, o de S. João Baptista.

Na altura, um dos argumentos foi o de que, em Setembro, decorriam as férias escolares enquanto que em Junho haveria maiores benefícios, com relevância para a comunidade escolar cuja participação nos eventos não é displicente.

Mais importante que esta estória, é o facto de se comemorar o concelho da Calheta, hoje, uma referência muito carinhosamente acolhida e vista por toda a região, como um local aprazível para se viver e visitar.

Pois, são todos bem vindos à terra “mai linda do mundo”!