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Expectativas

Temos neste mês que se avizinha dois momentos eleitorais que vão determinar o futuro próximo da Região e do país.

A nível nacional não tenho dúvidas que o PS será a partido mais votado, restando apenas saber se poderá governar só ou se precisará do apoio no parlamento do BE e/ou da CDU.

Na Madeira a questão é mais complicada. Não sei quem ganhará as eleições, mas sei que a vitória de sociais democratas ou de socialistas, só ou suportados por uma ou outra geringonça, determinará o futuro da Madeira.

Já sabemos ao que vai o PSD. Arrogante e soberbo, furtando-se ao diálogo e mesmo ao simples respeitar dos outros partidos e parlamentares, feito com toda a espécie de lobbies e compadrios. Do outro lado temos Paulo Cafofo. Vimos o seu trabalho na Câmara, e não vejo razões para acreditar que será diferente depois de uma eventual vitória na eleições regionais.

Vejo uma perspectiva mais dialogante, mais aberta a consensos e compromissos, e com preocupações em termos da redução da dívida pública. É perfeito? Não, não é. Mas é certamente melhor que a alternativa, e duvido sempre das soluções (demasiado) perfeitas...

Penso que é este o grande momento da alternância na Madeira. E penso que há que aproveitar esta oportunidade, que apenas peca por tardia. Porque há muito que a Madeira deveria ter sido capaz de se afastar dos que se julgam donos da autonomia e dos madeirenses.

Gostaria de ter visto um compromisso em termos da qualidade e da formação de quadros, nomeadamente de quadros médios e superiores. E gostaria de ter assistido a um debate entre os eventuais responsáveis pelo turismo, visando o futuro do sector, mas a pasta do turismo tem estado sistematicamente mal entregue na Madeira do século XXI. Mais uma coisa que há que mudar na sequência destas eleições...

Para terminar: votem. Num ou noutro candidato, ou num dos outros, mas votem. Não deixem que sejam outros a decididir o que cabe a cada um de nós. E decidam bem: pelo nosso futuro, e dos que vêm a seguir.