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É a inovação pá!

A informação estatística oficial sobre Inovação em Portugal, através do Inquérito Comunitário à Inovação divulgou os sumários da edição 2016. No universo considerado, dois terços (66,8%) das empresas desenvolveram atividades de inovação entre 2014 e 2016, referentes a inovações de produto, processo, organizacional e de marketing. Destas, mais de metade (58,4%) indicaram ter desenvolvido inovação de produto e/ou processo – incluindo atividades de inovação abandonadas ou incompletas.

No que respeita às despesas com inovação de produto e/ou processo, gastaram aproximadamente 3.092 milhões de euros – cerca de mil milhões (30,4%) correspondem a despesas com atividades de investigação e desenvolvimento (I&D) realizadas dentro das empresas.

Em termos regionais, Açores e Área Metropolitana de Lisboa apresentam as maiores proporções de empresas com atividades de inovação, sendo a Madeira a região com menor percentagem.

Proporcionalmente, as empresas da Madeira foram as que menos introduziram inovação de produto e/ou processo (50,7%) e a região Centro onde mais introduziram este tipo de inovação (61,8%).

O cenário não é, de partida, animador. Continuando a escavar:

1. Entre as empresas com inovação de produto, os serviços novos ou significativamente melhorados colocam a Madeira somente atrás da Área Metropolitana de Lisboa (por ordem, 28,1% e 32,5%);

2. A região da Madeira apresenta a percentagem mais baixa de empresas que introduziram inovações de produto novo apenas para a empresa (19,1%), embora em comparação com a inovação de produto novo para o mercado apresente um desempenho mediano ao nível nacional;

3. A Madeira registou na despesa com inovação de produto e/ou processo, em termos percentuais, despesas em atividades de I&D realizadas dentro das empresas apenas à frente dos Açores e Algarve (15,1%, 9,1% e 5,3% respetivamente); em contrapartida, figura no topo da Aquisição externa de I&D.

Em primeiro lugar: a especialização económica (e científico-tecnológica) no setor dos serviços revela-se e é “mais inovadora”, mostrando a incorporação de novidade como fator competitivo; em segundo, a implementação de inovações tecnológicas (quando existem) é propensa ao posicionamento diferenciador no mercado nacional e, por último, o relevo do trabalho em rede e parcerias no acesso a competências científicas e técnicas específicas (quando não justificável o estabelecimento de um núcleo interno dedicado à I&D).

A prosseguir?

• Intensificação da aposta em inovação no setor dos serviços e alargamento a outras empresas (e setores);

• Em conjunto com o destaque à (esporádica) inovação radical, promover a prática generalizada da – mais anónima e menos espetacular – inovação incremental;

• Prosseguir a transferência de tecnologia assim como o estímulo à I&D organizada nas empresas inovadoras, de forma mais permanente e com investimentos que ultrapassem a lógica dos projetos.

Tudo isto combinado – produção, circulação e exploração de conhecimento – é a pérola da Inovação!