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Debater a cidade, é aquilo que é preciso

A pré-campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 1 de Outubro já começou e aquilo a que se assiste por parte de alguns candidatos, no Funchal, é a um desfile de acusações e contra-acusações, ataques e contra-ataques, seja nas redes sociais, seja em declarações públicas dos próprios ou de apoiantes, que em nada contribuem para um cabal esclarecimento das populações.

Vou ser claro. O tipo de comportamento que aqui descrevo traduz uma enorme falta de respeito pelos eleitores e pelos munícipes do Funchal. Aquilo que os cidadãos esperam numa campanha (ou pré-campanha) eleitoral é um debate franco e sereno sobre a Cidade e sobre as diferentes propostas a sufrágio.

Não querem propaganda pura, querem perceber as ideias das candidaturas e querem ter espaço para exprimir as suas. Não querem ofensas, sejam elas reais, sejam elas virtuais; sejam elas proferidas pelos próprios candidatos ou por apoiantes, de forma mais, ou menos, anónima.

São obrigações de qualquer candidato a um cargo político respeitar os eleitores. Respeitar a inteligência dos eleitores. Respeitar as necessidades dos eleitores. Perceber os pontos fracos, as ameaças, os pontos fortes e as oportunidades das comunidade ou do espaço territorial ao qual se candidata e definir uma estratégia que transforme ameaças em oportunidades, que minimize os pontos fracos e maximize os fortes.

A única forma de cumprir com essas obrigações é dizer, sem rodeios, sem procurar em exclusivo os aplausos e sem ter medo das críticas e do debate, aquilo que quer fazer se for eleito.

É esse o meu compromisso. Até às eleições, percorrerei todas as freguesias da Cidade para falar, sem intermediários, com os Funchalenses. Para apresentar os meus projetos e para ouvir opiniões, ideias e sugestões. Não entrarei no registo da ofensa pessoal e gratuita. Nem no mundo real, nem no mundo virtual. Não contribuirei, de forma alguma, para que a campanha continue a ser centrada no acessório, em detrimento do essencial.

Desafio os restantes candidatos a fazer a mesma coisa. Por respeito para com os eleitores e para com a Cidade. Porque o Funchal merece melhor.