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Plano de Ação à Investigação e Inovação Tirou a região do último lugar. Colocou-a no trajeto da ascensão

A investigação e inovação são decisivas na definição de estratégias de desenvolvimento e criação de oportunidades no longo prazo. Este conjunto de recursos (científicos e tecnológicos) costuma designar-se por potencial científico e tecnológico.

Foram conhecidos (em abril) os principais indicadores de investigação e desenvolvimento (ID) nacionais por regiões, fornecendo informação sobre os recursos financeiros e humanos afetos àquelas atividades.

A evolução da despesa em ID em percentagem dos Produto Interno Bruto regionais – PIB (QUADRO 1) coloca a Região Autónoma da Madeira (RAM) atrás – por ordem decrescente – da Área Metropolitana de Lisboa, Norte, Centro e Alentejo e na frente do Algarve e Região Autónoma dos Açores (estas em pé de igualdade).

Em 2017, o investimento em ID da RAM cifrou-se em, cerca de, 16 milhões e 750 mil euros. Corresponde a aproximadamente metade do objetivo (revisto) até 2020 – entre 33 a 35 milhões de euros.

O indicador do total do pessoal em ID (que inclui investigadores, técnicos e auxiliares) em equivalente a tempo integral (ETI) e expresso em permilagem da população ativa (QUADRO 2) mostra que a RAM, em simultâneo com as regiões Norte e Alentejo, registou crescimento gradual e sucessivo de recursos humanos no período considerado.

Os dados demonstram que a ordenação das diferentes regiões, em qualquer dos anos considerados, é semelhante. Ou seja, as regiões com os valores mais elevados para a despesa em ID são as que afetam o maior número de efetivos de pessoal às atividades de ID e vice-versa.

A capitalização dos fundos europeus estruturais e de investimento é relevante, mas sensível. Colocá-los no coração do financiamento da investigação regional tem como consequência a descontinuidade sucedida em 2016, atendendo a que a aprovação das operações condicionou o nível e ritmo de execução da ID (tanto aqui como no Continente).

O corajoso Plano de Ação à Investigação e Inovação (de 2013) para posicionar a RAM nas 4 principais regiões de Portugal em termos de intensidade de investigação (i.e., despesa) está em curso.

Aos dias de hoje, parcialmente bem-sucedido. Tirou a região do último lugar. Colocou-a no trajeto da ascensão.