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Bola cá, bola lá

A nuvem poeirenta sobre a mobilidade aérea já cansa porque mexe mesmo com o sistema nervoso de qualquer cidadão

Desta vez temos a tarifa do desporto para mais um folhetim, que se suspeita, alguns querem fazer render até outubro, ou setembro, qui çá, quase a adivinhar notícia de 1.º página e de enchente nas redes sociais a 21 ou 22 de setembro. Qualquer coisa do género “comprei um avião”.

A nuvem poeirenta sobre a mobilidade aérea já cansa porque mexe mesmo com o sistema nervoso de qualquer cidadão, por mais pacato que seja.

Independentemente da (legítima) dialética partidária já está na hora de acabar com este jogo reles, de truques por parte de quem tendo mão sobre a TAP – Transportadora Aérea Nacional (disse bem: Nacional), é como se não tivesse, algo do género, “nem sou de cá, só vim ver a bola”.

Bola lá, Bola cá. Esta é a realidade da enorme modalidade que é o andebol. Enorme pela grandiosidade dos agentes desportivos – atletas, treinadores, dirigentes de equipas da RAM com resultados de excelência.

A participação nacional das equipas da Região, tem este bola lá, bola cá porque as equipas da RAM têm de facto o mérito de competir ao nível da nação! Não estamos a falar de torneios de bisca por ocasião da festa dos Santos populares. Isto é mesmo a sério!

A dimensão da competição e do nível competitivo coloca a RAM entre os melhores. Além disto não pode ser esquecida a iniciativa e grande empenho por parte de alguns Clubes – com referência especial ao andebol – que trabalham todo o ano para participar em torneios particulares, na Páscoa e no final da época desportiva, o que constitui uma oportunidade para desenvolvimento dos atletas em termos competitivos.

A brutalidade dos custos com o bola cá e bola lá, está nas viagens de avião. A brutalidade da despesa não é apenas para as equipas da RAM. As equipas do continente quando viajam à RAM também assumem encargos brutais com as viagens de avião – coisa que não se compreende, coisa que não se percebe, coisa que torna isto cada vez mais, um problema nacional. Não há apenas um constrangimento com a tarifa. As condições das tarifas não são de modo algum compatíveis com a dinâmica de calendários e de escolha de atletas aptos para o jogo.

O papel também das Federações Desportivas das diferentes modalidades poderá ser determinante neste processo de regularização do caos chamado TAP, além do empenho que tem sido demonstrado pelo Governo Regional para resolver este caos.

Na oportunidade do fim da época desportiva não posso deixar de fazer uma especial referência à SAD Masculina –que congrega Marítimo e Académico, dois exemplos de enorme trabalho ao longo destes anos no andebol. Em particular o Marítimo que mais uma vez, demostrou que há mais desporto, além do futebol. Uma referência muito especial por esta última época desportiva, ao Prof. Paulo Fidalgo e ao Prof. Frederico Machado que são a demonstração da perseverança e do empenho no andebol, a par de tantos outros nomes – treinadores e atletas - que tivemos /e temos o luxo de ter no andebol regional. Parabéns!