Artigos

As varejeiras da cidade

O Funchal é uma cidade presidida por um mercenário a soldo dos socialistas de Lisboa, à qual ele traiu ao voto confiado pelos funchalenses em 2017. Esta intenção já era silabada pelos microfones com odor a mentira, quando à pergunta várias vezes formulada em 2017, se Cafôfo iria cumprir o mandato caso reconquistasse o Funchal. Claro que ele respondia que sim a salivar pelo empurrão de Costa. O “sim” ou “não” do político-proveta que habita a barriga-de-aluguer dos socialistas, vale tanto como a sofística clássica do relativismo de Protágoras, que é o mesmo que dizer, que varia consoante a direcção do vento. Mas é esse o trunfo de António Costa que respaldado pelo pior PS que cá esgravatou da sarjeta, tem neste avatar escorregadio a aposta, para conquistar a Madeira, visto que o Funchal se tornou insignificante para a desmedida ambição daquela trupe de serapilheira.

O mercenário útil configurado num oco Cafôfo “dentífrico”, consubstancia a evidência dum PS-Madeira sem soluções, quando expurga os seus melhores quadros, como foi o recente caso de André Escórcio em detrimento duma “reles anedota viral” em que se tornou um dos seus vice-presidentes. E isto para não falar do confrangedor papel do seu presidente completamente acorrentado, como um daqueles primatas africanos com que algumas companhias portuguesas na guerra do Ultramar, subtraíam à floresta para pura diversão e entretenimento.

O edil funchalense está muito ausente das suas funções com constantes deslocações ao exterior, querendo ampliar uma solenidade que não tem, condimentada em cosmética noticiosa. Contudo, por todo o arquipélago vemos grandes cartazes com a sua face. Na prática temos um candidato efectivo, mas um edil a “part-time” remunerado pela edilidade funchalense a tempo inteiro. Este carnaval-trapalhão dura há já muito tempo. Lembro-me da disfunção de papéis que o governo de Jardim tanto protagonizava, donde escorria tinta em manchetes críticas nalguma imprensa regional. Hoje em dia as disfunções subsistem com outros protagonistas que seguem as mesmas pisadas onde não se sabe onde começa o presidente da Câmara e acaba o candidato vendido por todo o lado num andor mediático, como (em jeito de) encomenda paga. A anormalidade de ontem é a regra de hoje. Ninguém questiona este comportamento censurável independentemente da legitimidade da ambição. Provavelmente Cafôfo aguarda a ordem do Largo do Rato (pois estes socialistas daqui não riscam nada), para se retirar da CMF quando obtiverem uma sondagem mais simpática – coisa que está a tardar. É verdade que muita gente se sente acolhida com um sorriso, uma pancadinha nas costas, e com uma ideia de “mudança” “confiança”. Mudança e confiança em relação a quê, se nem uma coligação são capazes de manter do início ao fim? Ao tique do cacique? Não. Até porque pelo que observo, apenas mudaram as varejeiras.