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A Festa

Não é fácil falar sobre Saúde quando não se sabe absolutamente nada sobre ela

1. Eleitoral: Os madeirenses foram a votos três vezes em 2019 e na festa da democracia deu ao PS mais responsabilidades no Parlamento Europeu, na Assembleia da República e na Assembleia Legislativa Regional, que entendemos como o reconhecimento de um trabalho sério de construção de uma alternativa de futuro para a nossa Região;

2. Partidária: E se as três eleições de 2019 colocaram o PS a crescer, mostraram um PSD maioritário a encolher e um CDS a desaparecer;

3. Governativa: Mas não há ressaca de festa que não tenha solução - e logo veio a governativa, assinalada com honras de matrimónio e prendas para toda a gente. O Pai Natal da Direita avaliou positivamente o comportamento de tanta gente que se viu obrigado a multiplicar prendas e sapatinhos;

4. Autárquica: Não satisfeitos com a quantidade, a tentativa é de prolongar a festa pela via autárquica, com acordos, coligações e votações antes de tempo, que satisfazem as vontades de alguns, em detrimento do bem estar colectivo de todos;

5. Política: Foi assim a festa política regional, que em 2019 não se ficou por Dezembro e que já há quem queira prolongar e arrastar até 2021. Talvez por isso não seja assim tão estranho ver quem ainda agora assumiu importantes e decisivas funções no SESARAM dedicar-se, nesta mesma página, a prosápias sobre autarquias, barracas, partidos e o Pai Natal. Percebe-se: não é fácil falar sobre Saúde quando não se sabe absolutamente nada sobre ela e fica mais fácil falar sobre barracas, barraqueiros e barracadas. Mas se é verdade que o Pai Natal não tem partido, também é verdade que no Natal Regional que chegou mais cedo há uns que receberam mais prendas que outros e os que ainda não receberam estão à espera de concursos à medida para terem direito à sua, feitos por quem recebeu primeiro. É uma espécie de Natal dos Hospitais desafinado, sob a orientação de maestros sem batuta - que é como quem diz sem qualquer preparação técnica para o cargo;

6. Popular: Apesar de tudo isto, a verdadeira Festa continua - a do povo que somos, feita de tradição, coração e paixão. A Festa é bonita, mas nem por isso justa - porque se é verdade que o principal motivo dela são os encontros e reencontros que proporciona, não é menos que são muitos os desencontros que permanecem, com histórias de um futuro melhor permanentemente adiado. Há emigrantes a mais que não voltam, estudantes que ficam e famílias que não chegam. Em todas as nossas, exemplos de histórias de dificuldades, resistência e persistência. No resto, duvido que o final da longa festa de 2019 tenha sido sobre esses; no limite terá sido sobre algumas prendas que pontualmente lhes chegaram, sob a forma de cheque e outros que tais, mas que depressa compreenderão que acabaram;

7. Que está para vir: 2020 será sobre continuar a trabalhar para que a Festa seja para todos e não de alguns. Os motivos, como as luzes e o fogo de artifício, não mudam muito, porque não mudou o que está na origem das suas razões e motivações. Ainda. Boas festas!