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A criatividade é um “músculo”

“Criatividade é só a arte de conectar ideas...”

A Criatividade e a Inovação são conceitos completamente ligados e completamente diferentes, mas ainda assim frequentemente confundidos. Ter ideias não torna ninguém genial ou bem sucedido. Todos nós temos a capacidade de gerar uma enorme quantidade de novas ideias, mas a diferença no resultado está no que conseguiremos realmente fazer com as nossas criações. Afinal, uma ideia sem ser concretizada não gera valor é só “wishfull thinking”. Actividades como a estratégia, a observação, o uso de referências e o assistir a olhares diferentes para ideias comuns, fazem parte do processo de criatividade e da sua evolução.

Independentemente da nossa área de actuação, temos a possibilidade de aprender a usar nossa criatividade. Com o decorrer do tempo vamos constatando que a criatividade não é só fruto de talento ou dom, mas sim de muito treino, pesquisa e acesso a muita informação que consolida a base de uma ideia.

Acredito que a criatividade é o passo anterior à inovação. Toda a mudança feita no mundo começou a partir de uma ideia, mas a ideia nunca representou nada além de uma produção mental sem valor. Só quando começa a ganhar corpo e a sair da teoria é que o processo de inovação se inicia.

A melhor maneira de definir a inovação é “execução de ideias”, desde que essas criações sejam implementadas e de facto consigam gerar valor para as pessoas.

Outra definição completamente distorcida em matéria de inovação, é de que, a ideia, ao ser implementada, precisa mudar o mundo para ser considerada inovadora.

Não, nenhum de nós precisa de ser o próximo Thomas Edison ou Steve Jobs para usar a nossa criatividade e inovação.

Com atitudes relativamente simples, porém criativas, podemos transformar a nossa realidade e a dos outros, porque este é um processo que está ao alcance de todos nós. Resta por isso estimular as nossas capacidades e começar a nossa transformação, uma melhoria, por mais insignificativa que seja, mas que acrescente valor, é importante, e esse pequeno passo possuirá um valor inestimável, mas que não causa necessariamente uma disrupção. Será que muitas vezes não andamos demasiado inibidos do nosso potencial de criatividade e inovação por estarmos presos à crença limitante de que somente grandes génios são capazes de gerar grandes ideias e podem trazer as suas soluções inovadoras ao mundo?

Se todos nós nascemos capazes de aprender a sermos criativos, e somos por natureza eternos insatisfeitos, certamente podemos aprender a sermos inovadores. Inovação não precisa de ser invenção e a criatividade torna-se um “músculo” que pode ou não ser estimulado.

Como dizia Steve Jobs, “Criatividade é só a arte de conectar ideas...”, mas a “ Inovação distingue um líder de um seguidor...”.