Análise

Pela democracia, vote

Hoje é o dia de votar. De decidir quem vai ocupar os lugares no parlamento e governar a Região nos próximos quatro anos. É pela participação cívica que a democracia se revigora, com a chamada dos cidadãos às mesas de voto, no cumprimento do mais elementar dos deveres de cidadania.

A campanha, longa, muitas vezes repetitiva e sensaborona, acabou. Os partidos apresentaram as suas propostas e dirimiram argumentos. Sobrou a proliferação de subtemas numa campanha que deixa em suspenso muitas das temáticas que atormentam o futuro da Madeira. As questões demográficas e o Turismo são apenas dois exemplos. Munido da sua convicção o eleitor tem hoje o poder de escolher qual das 17 candidaturas deve reunir condições para governar os destinos da Madeira, elegendo os deputados à Assembleia Legislativa que, ao que tudo indica, deverá assumir a centralidade política regional dos próximos anos. No caso de não existir maioria absoluta de um só partido, os equilíbrios terão de ser encontrados em sede parlamentar, onde até os designados pequenos partidos podem ter uma palavra a dizer. Em 43 anos de Autonomia o parlamento regional deverá constituir, na próxima legislatura, o foco da acção política, como deveria ter sido sempre, independentemente da existência ou não de maiorias. Há um novo ciclo que hoje se inicia. Veremos que modelo vingará, se existirão coligações ou alianças. Mais diálogo haverá com certeza.

Os dados das últimas eleições legislativas regionais merecem reflexão. Segundo a base de estatísticas ‘Pordata’ um em cada dois madeirenses absteve-se em 2015. O mesmo é dizer que esse madeirense se demitiu do seu dever cívico e da democracia vigente. Se tem o direito de não participar não pode depois reivindicar, nem protestar. O Presidente da República, cuja popularidade ninguém contesta, foi eleito, em 2016, com menos votos dos conseguidos por Cavaco Silva, em 1996, nas eleições em que foi derrotado por Jorge Sampaio. Preocupante!

A actualização do ‘Retrato da Madeira’, da Pordata, necessita de estudo e de acção prioritária da parte do próximo executivo. Há dados, já diagnosticados, muito comprometedores para o nosso futuro, a começar pelo índice de envelhecimento e pelo saldo natural negativo. Apenas em três concelhos, Santa Cruz, Câmara de Lobos e Porto Santo, o número de jovens é superior ao número de pessoas com 65 ou mais anos.

O futuro aguarda pela resolução de dossiers determinantes para a Região, a começar pelo modelo de subsídio de mobilidade e pela saúde.

Hoje é dia de perspectivar esse futuro. Vote pela maturidade e pela legitimação do nosso sistema democrático.