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Turquia considera perigoso e injusto isolar Irão com sanções

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A Turquia alertou hoje Washington acerca das novas sanções norte-americanas contra o Irão, considerando perigoso e injusto isolar a República Islâmica.

A administração de Donald Trump, que abandonou em maio o acordo de 2015 com as grandes potências sobre o programa nuclear do Irão, restabeleceu na segunda-feira todas as sanções a Teerão que tinham sido suspensas com a assinatura do tratado.

O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, divulgou uma lista de oito países isentos, durante pelo menos seis meses, do cumprimento das sanções e que poderão continuar a comprar petróleo a Teerão: China, Índia e Turquia (os principais importadores de petróleo iraniano com a União Europeia), assim como Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Itália e Grécia.

“Ao pedir aos Estados Unidos uma isenção, fomos muito francos sobre o facto de não ser sensato encurralar o Irão. Isolar o Irão é perigoso e punir o povo iraniano é injusto”, declarou o chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, durante uma conferência de imprensa em Tóquio.

“A Turquia é contra as sanções, não cremos que se possam conseguir resultados através de sanções”, adiantou, indicando que a Turquia pensa ser “muito mais útil dialogar seriamente (com o Irão) e envolvê-lo”.

As novas sanções provocaram a ira de Teerão e o presidente iraniano, Hassan Rohani, declarou que o país pretende “contorná-las com orgulho”.

O acordo sobre o nuclear iraniano foi concluído em julho de 2015 entre o Irão e os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança -- Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia - mais a Alemanha).

Permitiu acabar com anos de isolamento do Irão ao levantar uma parte das sanções económicas internacionais, tendo Teerão aceitado em troca limitar drasticamente o seu programa nuclear para garantir que não iria obter a arma atómica.

Apesar da saída dos Estados Unidos, os restantes signatários do acordo comprometeram-se a tudo fazer para o preservar.

Os inspetores internacionais têm garantido que Teerão tem cumprido os seus compromissos em relação ao programa nuclear.