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Turquia bombardeia milícia curda apoiada pelos EUA na Síria

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O exército turco bombardeou hoje posições no norte da Síria de uma milícia curda apoiada pelos Estados Unidos, mas considerada como “terrorista” por Ancara, relatou a agência de informação oficial turca Anadolu.

No dia seguinte a uma cimeira entre a Turquia, a Rússia, a França e a Alemanha sobre a Síria, realizada em Istambul, a artilharia turca atacou posições das Unidades de Protecção Popular (YPG), situadas na costa este do Eufrates na região de Kobane, indicou a Anadolu.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou por diversas vezes, nos últimos dias, lançar uma ofensiva a este do Eufrates, depois de duas anteriores operações a oeste do rio.

Na sexta-feira, Erdogan tinha mesmo lançado uma “última advertência” às YPG.

Segundo a Anadolu, os bombardeamentos turcos visaram hoje abrigos e trincheiras das YPG numa colina situada na margem este do Eufrates.

As YPG fazem parte de uma coligação árabe-curda, as Forças Democráticas Sírias (FDS), que são apoiadas pelos EUA para combater o grupo Estado Islâmico.

No entanto, Ancara considera as YPG como o braço armado da extensão na Síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um grupo que desenvolve uma sangrenta guerrilha em solo turco desde 1984.

O PKK está classificado como “terrorista” pelos aliados ocidentais da Turquia, mas este não é o caso da YPG.

O apoio norte-americano às YPG é um dos principais pontos de discórdia entre Ancara e Washington, dois aliados na NATO, mas cujas relações se têm degradado desde 2016.

A Turquia tem sido muito activa na Síria, onde apoia a oposição ao regime de Bashar al-Assad.

Porém, nos últimos anos, concentrou-se principalmente nas actividades das milícias curdas sírias na sua fronteira, por considerar que representam uma ameaça à sua segurança nacional.

A Turquia teme que o estabelecimento de um “Estado curdo” na junto à sua fronteira entusiasme ambições separatistas no seu território.

Desde 2016, o exército turco lançou duas ofensivas no norte da Síria, a oeste do Eufrates, para repelir os jihadistas das suas fronteiras e impedir a junção de diferentes áreas controladas pelo YPG.