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Primeiro-ministro húngaro considera voto do Parlamento Europeu “sem perigo” para a Hungria

Foto Reuters
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O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, considerou hoje que a abertura pelo Parlamento Europeu de um procedimento disciplinar à Hungria e que poderá implicar sanções contra Budapeste não representa um perigo para o seu país.

“Neste género de procedimentos, no final acabam por não ser aplicadas sanções. Não existe perigo” para a Hungria, declarou o líder conservador e nacionalista durante uma declaração pela rádio.

O voto foi sobretudo uma tentativa de enfraquecer a posição da Hungria enquanto “símbolo de resistência à migração”, considerou Orbán.

Numa votação inédita, o Parlamento Europeu ativou na quarta-feira o artigo 7.º, que pode implicar sanções contra a Hungria.

Budapeste foi acusada de violação grave dos valores europeus nos media, universidades, contra as minorias e os migrantes, e em matéria de corrupção e de independência da justiça.

Este voto é a primeira etapa de um longo processo cujo desfecho é incerto, com a sua aplicação depende do apoio de um número suficiente de governos europeus. A Polónia já revelou que se vai opor.

Orbán, que acusou a chanceler alemã, Angela Merkel, de pretender substituir os guardas fronteiriços húngaros por “mercenários enviados por Bruxelas”, declarou que “a próxima batalha” se vai concentrar no direito de os Estados-membros defenderem as suas próprias fronteiras.

Esta “batalha” deverá ser desencadeada na cimeira dos dirigentes europeu que decorre na próxima semana em Salzburgo, Áustria, e onde as questões de política migratória e de segurança das fronteiras estão incluídas na agenda.

A decisão de Budapeste sobre a forma de interpor um recurso contra o voto do Parlamento europeu vai ser tomada na segunda-feira, confirmou ainda, e quando a Hungria contesta as regras aplicadas para calcular a maioria de dois terços exigida durante o escrutínio de quarta-feira.