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Organização CPLP não é fórum que trata de cooperação económica

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O subsecretário-geral para África e Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, Fernando José Marroni de Abreu, considerou hoje que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) não é um fórum que trata de cooperação económica.

“Não existe uma cooperação, uma vertente económica, comercial ou empresarial na CPLP. Não são temas que normalmente são tratados nas reuniões (...) A CPLP tem um peso na promoção da língua portuguesa, cooperação para o desenvolvimento e coordenação política e diplomática”, declarou o representante do Governo brasileiro.

O diplomata falava num encontro com a imprensa para antecipação da XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP em Cabo Verde, nos próximos dias 17 e 18.

Na cimeira, a realizar na ilha cabo-verdiana do Sal, o Brasil passará a presidência da CPLP a Cabo Verde.

No encontro com a imprensa, o diplomata brasileiro frisou que a construção de uma agenda económica comum “não tem sido uma tradição [na organização]. A CPLP não é um fórum em que este tema seja tratado”.

A falta de entusiasmo do Brasil em relação a um possível potencial económico indica o pragmatismo do país sobre o que tem sido dito pela direção executiva da CPLP.

A secretária executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira, declarou ao final de março que os países africanos creem que o bloco deve se tornar também um espaço para interlocução com empresas privadas.

Maria do Carmo Silveira avaliou que perante os atuais desafios económicos e sociais, que são confrontados com a redução da ajuda ao desenvolvimento, os países africanos devem “querem ver na CPLP novas formas alternativas de relacionamento” que promovam maior contacto com o setor privado.

Além disso, uma fonte diplomática revelou à Lusa na passada quinta-feira que existe um debate sobre a possibilidade de criação de um fundo de cooperação empresarial na CPLP que pode ser levado à cimeira em Cabo Verde.

A CPLP integra nova países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Países de vários continentes como o Japão, o Senegal, a Namíbia, a Turquia e o Uruguai têm o estatuto de Observadores enquanto outros como a Itália, o Luxemburgo e a França pediram recentemente adesão a esse estatuto, que lhes poderá ser concedido no encontro de Cabo Verde.