Mundo

Militares bloqueiam estrada de acesso a Caracas

None

Oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) da Venezuela cortaram hoje a estrada Panamericana (sul), em direcção à capital, impedindo que vários lusodescendentes chegassem à cidade de Caracas, onde muitos se deslocavam para trabalhar.

“Estou em casa, descansando de maneira forçada, porque os militares bloquearam a passagem, sem lhes importar o que as pessoas iriam fazer. No meu caso, vou perder um dia de trabalho e estou revoltado por isso, porque o dinheiro não chega para nada e ficar em casa é um luxo que não se justifica”, disse um lusodescendente à agência Lusa.

Raul da Silva explicou que vive no Estado de Miranda, onde as localidades de Los Teques e Santo António são consideradas “cidades dormitório” para portugueses e lusodescendentes que trabalham e que estudam em Caracas.

Por outro lado, Marcos Garcia explicou telefonicamente à Lusa que, “perante este novo abuso das autoridades, que tentam impedir que os opositores marchem em Caracas”, tentou usar a “estrada velha” para ir para o trabalho.

“Com dificuldades, cheguei até ao Metropolitana, mas foram encerradas 16 estações. De carro era impossível circular e o metro não funcionava”, disse.

Por sua vez, Myriam Andrade tinha previsto para hoje ter aulas privadas de inglês, no entanto, avisou a professora de que não chegaria atempadamente ao destino.

As rádios locais dão conta de que a Guarda Nacional Bolivariana limitou os acessos a Caracas pela autoestrada Grande Mariscal de Ayacucho (leste) e Regional do Centro (oeste).

Por outro lado, foi ainda limitada a circulação pela autoestrada Prados del Este (sul e Caracas) e La Guaira - Caracas (norte), apesar de esta ser a que permite a circulação entre o aeroporto e a capital.