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Marcelo apela a discussão “urgente” sobre futuro da Europa

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O Presidente da Repúblico apelou hoje em Madrid aos europeus para discutirem e decidirem nos próximos nove meses sobre que futuro querem para o seu continente que está dividido entre democratas e movimentos populista e xenófoba.

“Debater que Europa que queremos no futuro é essencial” e “urgente”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa em resposta a uma pergunta feita numa conferência que deu na Universidade Carlos III de Madrid.

Para Marcelo Rebelo de Sousa “há seis meses, nove meses” no máximo para fazer essa discussão, antes do início de várias campanhas eleitorais, sendo uma delas as eleições para o Parlamento Europeu na primavera de 2019.

“É muito curto, mas não podemos perder esta oportunidade única e irrepetível”, insistiu o Presidente português, alertando que sem esse debate haverá “duas Europas, múltiplas Europas. Uma democrática e outra populista, xenófoba, fechada, musculada e muito pouco democrática”.

Numa plateia na sua maioria composta por jovens estudantes universitários, Rebelo de Sousa defendeu que esta discussão é “essencial”, sobretudo para a juventude.

Na resposta à pergunta seguinte, o chefe de Estado voltou a sublinhar que a Europa está dividida também quanto à imigração que chega de fora das suas fronteiras, sendo a posição de Portugal de “abertura” a este tipo de movimentos de pessoas.

“A Europa é velha e ganha com a imigração”, “não há europeus puros”, “todos os europeus são uma mistura” e “aceitar isto é aceitar o que é importante”, uma sociedade multicultural, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que acrescentou que em Portugal “todos aceitam este princípio”.

O Presidente criticou os Estados-membros europeus que se manifestaram contra os refugiados, considerando que a sua posição é “a negação da democracia na Europa”.

Marcelo sublinhou que o debate sobre o “futuro da Europa” é “muito difícil” e que seria “desejável” haver uma “posição comum” dos Estados-membros, não descartando também a possibilidade de impor “limites” à imigração.

Mais à frente, o presidente manifestou-se contra os que defendem a criação de um “núcleo duro” de alguns Estados-membros, com o continente dividido em vários grupos de países.

“Não é bom” porque “é a negação da democracia”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República iniciou hoje uma visita de Estado de três dias a Espanha.