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Italiano Battisti diz confiar nas “instituições” brasileiras após eleição de Bolsonaro

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O ex-militante de esquerda Césare Battisti, condenado em Itália por quatro homicídios, reafirmou hoje que confia nas “instituições democráticas” do Brasil, e negou rumores sobre a sua fuga, após o Presidente brasileiro eleito, Jair Bolsonaro, expressar o desejo de o extraditar para Itália.

“Reafirmo a minha confiança nas instituições democráticas brasileiras que desde que me encontro aqui têm assegurado o pleno funcionamento do Estado de direito. Estado de direito que presentemente falta na minha pátria, Itália”, realçou Battisti em comunicado.

O italiano, ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), um braço das Brigadas Vermelhas, assegurou que não “tem razões” para fugir porque “está amparado pelo Supremo Tribunal do Brasil”.

Meios italianos informaram esta semana que Battisti tinha fugido do Brasil para evitar a sua extradição, prometida por Bolsonaro para quando assumir a Presidência do Brasil, no próximo 01 de janeiro.

Na nota, Battisti também esclareceu comentários feitos numa rádio do seu país, segundo a qual o italiano afirmou que Bolsonaro “só fala” e diz “fanfarronadas”.

“A palavra fanfarronada foi usada numa referência aos ruídos de fuga, de forma alguma referindo-se à pessoa do Presidente eleito”, precisou.

Battisti foi condenado a prisão perpétua em Itália por quatro homicídios na década de 1970, sobre os quais se declara inocente.

Passou cerca de 30 anos fugido entre México e França e em 2004 foi para o Brasil, onde permaneceu escondido durante três anos até ser detido en 2007.

O Supremo Tribunal autorizou a sua extradição em 2009 numa decisão não vinculativa que deixando a decisão final nas mãos do chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva, que rejeitou a extradição em 31 de dezembro de 2010, o seu último dia de mandato.