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Governo britânico testa programa para trabalhadores agrícolas sazonais de fora da UE

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O governo britânico vai testar um programa para recrutar trabalhadores sazonais para a agricultura de países de fora da União Europeia, numa tentativa de aliviar a escassez de mão de obra após o Brexit, foi hoje anunciado.

Até 2.500 trabalhadores com mais de 18 anos poderão ser recrutados por agricultores britânicos para trabalharem períodos de até seis meses no Reino Unido a partir da primavera de 2019, “aliviando a escassez de mão-de-obra” durante os períodos de pico de produção.

O governo pretende assim responder às preocupações manifestadas pelo setor, que anualmente emprega cerca de 80.000 pessoas, mas tem sofrido com a redução de candidatos a este tipo de trabalhos, até agora feito sobretudo feito por cidadãos europeus.

Segundo o sindicato dos Agricultores (NFU), até julho deste ano registou-se uma falta de 10% de trabalhadores agrícolas, refletindo uma tendência que se agravou após o voto para a saída da UE, em 2016.

A produção de frutos como morangos, mirtilos ou amoras no Reino Unido disparou 130% nos últimos 20 anos, mas a apanha mecanizada ainda não permite a substituição total da mão de obra.

O programa, cujo período experimental vai estender-se até ao final de 2020, foi reivindicado como uma “grande vitória” pela presidente do NFU, Minette Batters.

“É a consequência de dois anos de indícios [recolhidos] pela NFU, produtores e deputados de que a escassez de trabalhadores tem dificultado a produção de alimentos, e é reconhecido pelo governo que a horticultura britânica é um setor próspero e de sucesso que enfrenta alguns desafios únicos, mas é capaz de produzir mais frutas e legumes britânicos ótimos e saudáveis para as pessoas comerem”, afirmou.

O ministro do Interior, Sajid David, defendeu a necessidade de ter um “sistema de imigração que reduza a migração para níveis sustentáveis, apoie toda a indústria e garanta que recebemos aqueles que beneficiam o Reino Unido”.