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Cerca de 2.000 desfilam contra a Turquia em Estrasburgo

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Cerca de 2.000 manifestantes curdos e alevitas desfilaram hoje em Estrasburgo (leste de França), para protestar contra o regime turco e a sua ofensiva contra o enclave curdo de Afrine, no noroeste da Síria.

Os alevitas são uma minoria muçulmana xiita que se diz perseguida na Turquia e que se juntou ao movimento de protesto curdo.

Eram 1.600 manifestantes, segundo a polícia, e 7.000, de acordo com os organizadores, a desfilarem na cidade sede do Parlamento Europeu, empunhando cartazes com as frases “Erdogan assassino”, numa referência ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ou “Alevitas querem a paz”.

“Erdogan ditador”, “O silêncio mata”, gritaram os manifestantes, alguns vindos da Holanda, da Áustria e da Alemanha, em resposta a um apelo da confederação dos alevitas da Europa.

Alguns dos participantes na manifestação tinham fotografias de Abdullah Ocalan, o chefe da rebelião curda do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), detido desde 1999.

“Queremos fazer soar o alarme porque os curdos em Afrine combateram o (grupo extremista) Estado Islâmico e hoje estão a ser massacrados. O silêncio dos dirigentes europeus é mortal”, disse Suleyman Akguc, que representa a federação dos alevitas em França, à agência France Presse.

A Turquia desencadeou a 20 de janeiro uma ofensiva contra Afrine, afirmando pretender desalojar a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG), considerada “terrorista” por Ancara, mas aliada dos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico.

Apesar de vários apelos à contenção, o presidente Erdogan reafirmou na terça-feira que a ofensiva não será interrompida “antes da eliminação da ameaça terrorista” na fronteira turca.