Madeira

Valter castigado com 23 anos de prisão por matar a ex-companheira

Foi condenado ainda a pagar 600 mil euros ao filho da vítima

Foto DIÁRIO
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Valter Moreno, o homem que matou a ex-companheira Ilídia Macedo a 15 de Abril de 2017 num apartamento da Ajuda, foi esta tarde condenado a 23 anos de prisão pelos crimes de homicídio, violência doméstica e resistência à polícia. Com especiais medidas de segurança, a sala de tribunal do Juízo Central Criminal do Funchal esteve completamente lotada de pessoas que quiseram seguir a leitura do acórdão pela presidente do colectivo de juízes, Carla Meneses.

Valter Moreno, de 45 anos, foi acusado de ter protagonizado vários actos de perseguição, tentativas de controlo e cenas de ciúme à ex-companheira ao longo de dois meses e meio, após esta ter decidido acabar o relacionamento no final de Janeiro de 2017. Tudo terminou na madrugada de 15 de Abril, quando o ex-atleta do Sporting fez uma espera à porta do apartamento de Ilídia, surpreendendo-a quando esta chegava ao local acompanhada de um amigo. Valter conseguiu afastar o amigo e terá agarrado Ilídia Macedo por um dos braços, tendo esta reagido, sacudindo-o, desequilibrando-se e deixando cair no solo as chaves do apartamento, de que aquele se apossou. Uma vez na posse das chaves, o arguido abriu a porta do apartamento de Ilídia e nele entrou, no que foi seguido por ela. No interior da casa e com a porta fechada à chave, o preparador físico iniciou uma discussão com a subdirectora da Loja do Cidadão, insinuando que esta mantinha uma relação afectiva com o amigo que a acompanhava, convergindo para a cozinha, onde se muniu de uma faca, desferindo com ela vários golpes em várias partes do corpo da vítima. Já atingida pelos vários golpes, Ilídia tentou proteger-se, fugindo pelo interior da casa, mas com o arguido a persegui-la e a usar sucessivamente outras três facas, desferindo-lhe pelo menos 22 golpes em várias partes do corpo (cabeça, pescoço, costas, braços, mãos e abdómen). A PSP foi chamada de imediato ao local mas levou horas a decidir-se pelo arrombamento de uma janela para entrar no apartamento. No quarto os agentes foram confrontados com o corpo de Ilídia num canto e com Valter a fazer-lhes frente com uma faca em punho. Um agente acabou por imobilizá-lo disparando-lhe um tiro para a perna.

A vítima e o arguido tinham, cada um, um filho de casamentos anteriores.