Madeira

“Se ele tem o dinheiro, ele que mande”

Miguel Albuquerque devolve a Lisboa responsabilidade pela não transferência das ajudas da República depois dos incêndios

O Presidente do Governo Regional esteve esta manhã no Monte.   Foto DR
O Presidente do Governo Regional esteve esta manhã no Monte. Foto DR

Miguel Albuquerque devolveu a ‘bola’ ao Governo da República e com ela a responsabilidade pela não transferência dos 30 milhões de euros de apoio prometidos na sequência dos incêndios de 2016, ao atribuir as culpas novamente a Lisboa. Falando esta manhã à margem das obras de canalização do Ribeiro do Monte, o presidente do Governo Regional devolveu as acusações: “Há uma situação misteriosa relativamente a esse dinheiro”, afirmou. “O Sr. Ministro diz que tem dinheiro, e quando nós fomos à reunião da reprogramação dos fundos comunitários foi constatado que não estava lá, por isso é que nós fomos contra a reprogramação (...). O Ministro diz que tem o dinheiro, na reprogramação dos fundos não está. Se ele tem o dinheiro, ele que mande. Nós temos muito onde gastar”.

Questionado sobre o não ter apontado as obras para o uso das verbas, Miguel Albuquerque prontamente respondeu: “Isso é uma desculpa, eu não posso é começar as obras sem ter o dinheiro, se não, eu vou preso. O Tribunal de Contas não deixa”.

1,2 milhões de euros foram usados pelo Executivo para garantir segurança à população do Funchal e da população do Monte, com as obras de regularização e canalização do Ribeiro do Monte, a partir do Caminho das Tílias. Miguel Albuquerque esteve no local com a comunicação social, a dar conta dos trabalhos realizados.

Quando chovia muito, o ribeiro era muito problemático, contou, arrastava pedras entrava na casa das pessoas em grande medida porque não tinha muros laterais. Os trabalhos passaram por amurar e criar plataformas para diminuir a velocidade da água. Ao mesmo tempo, acrescentou, foi também colocada uma nova infra-estrutura de saneamento básico.

“Nós estamos a fazer tudo para ser uma freguesia mais segura e com maior capacidade de resposta face aos incêndios e às aluviões”, garantiu o Presidente, dando conta de outros trabalhos realizados nesta freguesia e na zona do Parque Ecológico, nomeadamente de controlo de plantas infestantes e limpeza de terrenos, ou ainda a criação da faixa corta-fogo no Caminho dos Pretos. “É um investimento bastante elevado, mas como eu costumo dizer, a segurança das famílias e dos madeirenses não tem preço”.

A limpeza, assim como a contenção e protecção dos cursos de água são para continuar. Miguel Albuquerque alerta para a necessidade de investimento contínuo. “Esta questão da limpeza dos terrenos é um investimento constante. Eu costumo dizer que daqui a dias vamos começar a contabilizar os investimentos que têm de ser feitos em função das alterações climáticas. Se levar em linha de conta que todos os anos as zonas altas do Funchal vão ter de sofrer uma intervenção em termos de cortes de eucaliptos e de acácias, são centenas de milhares de euros que temos de gastar por ano no corte destas infestantes”, afirmou.